15 janeiro 2005

Diplomacia de ceirão. Este homem faz obra

Pois é. Deus quer, Casimiro Rodrigues sonha, a obra nasce. Quem na emigração ou da emigração não conhece o PortugalClub? Se cada mail enviado por Casimiro Rodrigues fosse um grão, ele encheu um ceirão. Temido e por vezes afrontado por uns e adolado por vezes também interesseiramente por outros, todos na Hora H «sentem» a garra do PortugalClub por essas comunidades fora porque a «obra» de Casimiro, a partir do seu cantinho no Brasil, é um espelho, vai sendo um espelho de como se pensa, como se escreve, como se interpreta - desde os fantasmas vencidos do passado aos candidatos a fantasmas do presente. Não é um Portugal dos Pequeninos, é uma amostra nada pequenina de Portugal dos que se julgam Grandes. Argolada de cônsul, escorregadela de embaixador ou mesmo espirro de funcionário de chancelaria que não teve o cuidado de pôr o lenço na boca, pois é verdade - mais hora menos hora, lá vai cair no PortugalClub onde por acaso se cultiva o princípio do contraditório. E o curioso é que, sendo já o mais alargado correio dos emigrantes, não recebe subsídio da Secretaria de Estado - é obra de pura carolice como convém quando Deus quer, algum homem por essa senda ouse sonhar livremente e uma obra se acumule no ceirão, grão a grão, mail a mail. E não vamos dizer mais porque poderemos estragar o PortugalClub - um mimo diplomático qualquer borra sempre a opa. Mas que há quem tenha medo já do PortugalClub, lá isso há! E teria que ser mesmo assim: se é verdade que Portugal está lamentavelmente cheio de mostrengos e de adamastores, também é verdade que o adamastor original e modelo de todos os mostrengos se apanhou algum susto na vida e teve medo, foi por uns portugueses que sonharam sem saberem se Deus quis e a obra nasceria. Posto isto, bom Sábado.

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