Mal se reentra, Agapito!
«Meu caro! Sou dos que exigem NV sempre! Não me conformo com estas interrupções mas admito que você tenha decidido dar uma guinada, uma grande guinada à sua vida, coerente e frontal como eu sei que você é – olhe para mim, olhos nos olhos! – sei que por nada deste mundo você vende a alma... sei que você não pactua com tropa fandanga... eu sei que você é um Jornalista que nasceu com bússola na mão... »
Tivemos que o interromper. E depois de dezasseis protocolares dedadas no antebraço num impaciente crescendo até lhe sentir o osso, foi precisa uma palmada em cheio no ombro do embaixador, uma daquelas palmadas que impensavelmente dada por Gama equivaleria a um terramoto no parlamento, para ele ao menos nos ouvir: - Embaixador! NV não se confundem nem podem ser contaminadas por opções profissionais e por escolhas éticas dos seguidores de Malebranche e muito menos por coerências próprias de um modesto pensador da Ásia Menor!
«Meu caro! Aceito! Está aceite! Concedo. Mas, olhos nos olhos, você fica obrigado a dar-nos uma explicação no dia 1 de Junho! Retenha essa data – olhe para mim, olhos nos olhos! - dia 1 de Junho! Tem que nos explicar esta interrupção num momento tão intenso e quando o nosso grande Freitas se prepara para a primeira grande prova pública! Além de que Vitorino – olhe para mim, olhos nos olhos! – até que enfim aceitou alguma coisa! E Notas Verbais nem comentam que o Homem lá tenha, enfim, condescendido exercer a presidência da Comissão Parlamentar dos Assuntos Europeus! Nem uma palavra para esse evento patriótico de grandeza tal que mereceria os anéis de Saturno, as luas de Júpiter e a invocação do nome da Santa Privacidade que não se sabe se é em vão pela boca de Sócrates por mal com as quotas, se é do vão da boca de Maria de Belém por mal com os verdes!»
Com certeza, embaixador, dia 1 de Junho. Nada, mesmo nada antes dessa data.
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