Briefing da Uma. «Os preconceitos ocupam uma parte do espírito e infectam a outra», foi o que exactamente sentenciou o nosso patrono, Malebranche.
1 – Freitas do Amaral (12 Março 2005)
2 – António Monteiro (16 Julho 2004)
3 – Teresa Gouveia (9 Outubro 2003)
4 – Martins da Cruz (6 Abril 2002)
5 – Jaime Gama (28 Outubro 1995)
1 – (Você gosta tanto de frases, pensamentos, máximas, lemas! Que lhe sugere Freitas do Amaral?) – «Boa questão! Desde 1995 passaram pelo MNE, cinco ministros. Dez anos que vistos assim à distância se assemelham a um excelente cozido à portuguesa que é o resumo da nossa natureza feito pelo tempo. Ora, como os senhores com a vossa ilustre quota de senhoras notaram, há muito que não se via Freitas do Amaral a sorrir, a exibir uma magnífica força de contente como naquele 13 de Março da tomada de posse, ocasião em que, como sempre, os contornos da realidade se transformam em ministros….»
(Não fuja à questão! Que frase?) - «Com certeza, vamos à questão! Pois Freitas do Amaral sugere o tal pensamento de James Freeman Clarke ao alertar que a diferença entre o político e o homem de Estado é a seguinte: o primeiro pensa na próxima eleição, o segundo na próxima geração…»
2 – (Mas ainda não há um ano, foi António Monteiro… Há frase?) - «Parece longínquo o 16 de Julho de 2004 da posse de António Monteiro mas foi ainda agora, sabendo-se que o nosso ainda agora simula uma outorga da dignidade nacional. Claro que há lema e no governo em que ele se viu envolvido, como diria André Gide, a dificuldade na vida é tomarmos a sério a mesma coisa durante tempo de mais. Mas António Monteiro é um diplomata assumido e sabe que Sacha Guitry tinha mesmo razão: quando se acaba de ouvir um trecho de Mozart, o silêncio que se lhe segue ainda é dele…»
3 – (Está a usar muitas reticências! Isso fica mal em Notas Verbais! Vai fazer o mesmo com a MNE anterior a Monteiro?) - «Refere-se certamente a Teresa Gouveia e àquele 9 de Outubro de 2003 que não foi um remate mas um intervalo para as expectativas nacionais. É claro que já Abraham Lincoln aconselhava a que nunca devemos mudar de cavalo no meio do rio. O conselho já não é eficaz quando se trata do cavaleiro! Teresa Gouveia foi MNE em função de um pequeno facto até hoje inexplicado. Ora já Paul Valéry lá dizia que os pequenos factos inexplicados contêm sempre algo com que deitar abaixo todas as explicações dos grandes factos…»
4 – (Outra vez você e as reticências! Não sabe que já Maurice Blanchot diagnosticava que a resposta é a desgraça da pergunta! Por favor, uma frase para Martins da Cruz e sem reticências para a pergunta não ficar desgraçada.) - «Concedo, muito embora as reticências nas Necessidades sejam uma verdadeira Santíssima Trindade – três pontos negros na mesma substância. É claro que Martins da Cruz, ao tomar posse naquele 6 de Abril de 2002, já conhecia muito bem o que de Beaumarchais há décadas se tem vindo a cantar com O Barbeiro de Sevilha: ‘Tendo em conta as virtudes que se exigem dos criados, conhece Vossa Excelência muitos senhores que fossem dignos de ser criados?’
(E não é capaz de, para o caso, criar uma máxima sua? - «Com todo o gosto, se seguida – o diplomata, quando esgota o poder de persuasão e credibilidade, propõe um tratado. Sem reticências.»
5 – (Para os dez anos, falta Jaime Gama. Há frase?) - «Santo Deus! Então não há? Jaime Gama nesse famoso 28 de Outubro de 1995 certamente que já conhecia a descoberta de Camille Corot: o importante é ter-se génio aos 20 anos e talento aos 80.»
(Brrr! Que conclusão a partir daí?) - «A conclusão é que Mário Soares tem 80 anos».
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