09 março 2005

Briefing da Uma. Freitas, Secretários, Expectativas, Política Externa, Opções inadiáveis

Briefing da Uma. «Mais se diz sugerindo do que confirmando que o melhor é estar calado», disse Viriato numa aparição a Freitas do Amaral.

1 – Freitas do Amaral
2 – Secretários de Estado
3 – Expectativas
4 – Política Externa
5 – Opções inadiáveis nas Necessidades

1 – (Passado este período de núpcias e de comentários próprios de casamentos em cima da hora, Freitas do Amaral vai marcar?) - «Freitas do Amaral, não tenhamos dúvidas, vai marcar. Tem uma personalidade forte, é determinado e não é homem para subir ao Terceiro Andar sem um projecto, concorde-se ou não com tal projecto. Além disso é corajoso no sentido de que enfrenta. Não nos admira que a sua primeira viagem estritamente política e fora da rotina seja precisamente a Washington e Nova Iorque. Com tudo o que isto significa.»

(Washington?) - «Sim, Washington. Sabendo nós o que Freitas do Amaral é, não é difícil admitir-se que ele imponha como primeira prioridade de afirmação sua como MNE no exterior, uma conversa com Condolezza Rice que não negará e improvavelmente adiará.»

(Mas na ONU, em Nova Iorque, tudo mudou desde que Freitas do Amaral conduziu a Assembleia Geral. Passaram dez anos, é muito…) - «Sabe que na ONU, há uma cultura de reverência ou de consideração política muito especial por quem lá chegue e tenha sido presidente da Assembleia Geral, seja quem tenha sido. Exceptuar-se-ão casos raros de personalidades caídas em desgraça. Freitas do Amaral. como MNE, não vai perder esse capital político e não esperar pela hora programada e atípica da agenda de discursos da sessão plenária da ONU.»

2 – (O processo de escolha dos secretários de Estado para as Necessidades pode ser classificado de secretismo?) - «Não entendemos assim. Um secretário de Estado não é uma peça de leilão e mesmo numa situação política de maioria absoluta, essa figura representa um ponto de cruzamento de compromissos políticos. Repare que nos referimos a cruzamento de compromissos e não a cruzamento de contratos políticos como ocorreu nos governos de coligação. Não é pelos lindos olhos que se escolhe um secretário de Estado, mas, não escondemos, tem que ter olhos bonitos… As escolhas que estão já feitas, a não haver alterações, não são arrojadas mas são um risco. Aliás: três riscos.»

(Refere-se à Cooperação?) - «Obviamente aquilo tem que dar uma volta. Aconselho-vos a ler o texto de João Gomes Cravinho».

(Onde?) - «Santo Deus! NV não são um motor de pesquisa!»

(E nas Comunidades?) - «Aí vai ser a antítese de Cesário. O que não é difícil encontrar antíteses. Mas naturalmente que uma antítese não deixa de ser um risco, sobretudo para enfrentar o caos nos consulados, a promiscuidade existente no sistema de comunicação para os Emigrantes que acaba por lesar, numa primeira fase a Política e numa segunda fase os próprios Emigrantes.»

(Problema de Comunicação?) - «Sim, entre o Estado Português e a Emigração é fundamentalmente um grave problema de comunicação. O próximo secretário de Estado não pode nem deve ser um comensal. Mais não dizemos.»

(E os Assuntos Europeus?) - «Alguém se vai arrepender de ter feito tanto mal a uma pessoa…»

(Que enigmático você está!) – «Já vos disse que também a nomeação dos secretários de Estado não é feita nas e pelas Notas Verbais e, além disso, parece que no Conselho de Segurança do Rato deixou de haver potências com direito de veto… Parece!»

2 – (Tem boas expectativas?) - «Não porque os problemas são muitos, muitos e muitos. Além disso são problemas graves, muitos deles afectando a substãncia do que temos vindo a entender como sendo Portugal. Não dizemos mais, fica para depois.»

3 – (Quer dizer que a Política Externa vai ter outro rumo com Freitas do Amaral?) - «Repare que a Política Externa não é formulação exclusiva do MNE. O MNE executa o que tem a executar através da acção diplomática e da administração consular. Há mais peças na matéria e duas são fulcrais: o ministro das Finanças e o Ministro da Economia. A Economia, nas interferências com Política Externa, perde-se ou tem-se perdido até agora pela vaidade dos titulares – a vaidade estraga a negociação e enferruja a política. As Finanças também se perdem pelo excesso de procura de protagonismo mesmo que com humildade – paradoxo em que os homens dos números são exímios, como Freitas sabe melhor que muitos… Vêm aí tempos interessantes».

4 – (Mas há opções inadiáveis a terem que ser decididas pelas Necessidades… Passa ao largo?) - «Aguardemos o programa de governo e as primeiras declarações sérias do Ministro e dos Secretários de Estado. NV não são coro parlamentar nem são serventuárias de qualquer grupo económico… Mas, por isso mesmo, não deixamos de pagar as favas».

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