Briefing da Uma. É claro que justifica a sabedoria de Eisntein: «Deus não joga aos dados»
1 – Comunidades Portuguesas
2 – Negócios Estrangeiros e Cooperação
3 –Assuntos Europeus
4 – Ministro de Estado
1 – (Na constituição dos gabinetes do MNE, a qual deles maior atenção confere?) - «Os gabinetes .- do Ministro de Estado e dos Secretários de Estado – devem ficar constituídos no essencial por esta semana, até meio da próxima semana. Toda a curiosidade vai naturalmente para o gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga. Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és, não será assim? Num governo de maioria absoluta, o secretário de Estado que lida com 4,5 milhões de portugueses que entendem deputar e delegar em escassos eleitores o sentido da sua expressão política, não necessita de andar pelo mundo em viagens como Presidente da República em miniatura, com ares de majestade que efectivamente não tem, rodeado se comitivas por vezes cómicas mas que não prescindem das viagens em executivo e hotéis de cinco estrelas, atolando-se nos critérios de subsídios com pouca transparência e para acções dúbias que acabam sempre no labéu da promoção pessoal. Os exemplos do passado, concretamente do passado recente, são desoladores e para o próprio Estado Português amiúde revelaram-se desconfortáveis. Os Embaixadores que falem. O que exige a um Secretário de Estado das Comunidade? Exige-se projecto, plano, aplicação séria e naturalmente que se submeta ao escrutínio, e nisso que se afirme sem condescendências perante os Reis da Lama e os Príncipes da Prepotência Analfabeta que lá fora fazem o pior de Portugal em estilo livre, mas que também com determinação implante um Portugal com elevação e modernidade na Emigração, desde os serviços consulares à afirmação de qualidade nas sociedades de acolhimento – qualidade de cultura, qualidade de ensino, qualidade de intervenção cívica. António Braga será capaz? Não sabemos. O curriculum, nestas coisas, por vezes nada significa – temos visto gente de grande currículo que se espalha ao comprido, reconhecendo-se todavia que poucos dos Secretários de Estado que têm tratado da matéria nas Necessidades não se tenham espalhado ao comprido… António Braga, reconheçamos, tem uma tarefa difícil. Daí que as peças do seu gabinete sejam peças essenciais. Sabemos quem anda à volta, quem está a ser recomendado, enfim quem se define como boa peça. Aguardemos e fazemos um voto: que António Braga torne públicos os nomes dos seus colaboradores directos e não proceda como alguns antecessores que omitiram ou por inútil vergonha ou para espúria salvaguarda de manifestos compadrios. Mas antes de tudo que revogue aquele impensável e obtuso plano de reestruturação consular do agora deputado José Cesário. Sobre isto, é tudo por hoje.»
2 – (E Gomes Cravinho?) - «A expectativa, no que respeita ao Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, vai para as delegações de competências que o Ministro de Estado decidirá. Admite-se que Gomes Cravinho seja à partida um «Lourenço dos Santos» de Freitas do Amaral e que terá particular intervenção na área dos institutos autónomos – o IPAD e o Camões que, na prática são as peças do seu gabinete. Fora disso, fica a apaziguar eventuais golpes de Estado em Bissau, insufladas intermediações aqui e ali em África e uma luta permanente para que a cooperação não seja a caixa de esmolas da igreja de São Mamede. Se Gomes Cravinho acredita no que disse sobre a ajuda pública nas Novas Fronteiras, ah! então não só o IPAD de hoje terá que mudar radicalmente como também não poderá ser o ICP que ele conheceu e presidiu, designadamente já no tempo do «Lourenço dos Santos» de Martins da Cruz. Quanto ao Camões… mas isso existe?»
3 – (E nos Assuntos Europeus?) - «Naturalmente que se Deus não dorme, o Embaixador Fernando Neves mesmo a dormir sabe de Europa e sabe que não pode rodear-se de pesadelos no gabinete. Além de que Freitas do Amaral será um ministro que não vai prescindir que o Secretário de Estado vá a despacho.»
4 – (Bem! Falta falar do gabinete de Freitas do Amaral!) - «E falamos! Freitas do Amaral, onde chega, sabe organizar, exige organização e quer organização. Provou-o naquele ano de Nações Unidas, tanto no seu gabinete pessoal como no gabinete institucional. Naturalmente que ele vai designar um Porta-Voz, vai mexer profundamente naquele site oficial das Necessidades para tanto bastando fazer tão bem como o México faz, vai escolher gente de gabarito mesmo que não conhecida. Freitas sabe… descansem!»
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