08 março 2005

Diplomacia Graduada. Toronto, Consulado e Polícia Montada...

Como o exactamente está na moda e tem maioria absoluta, tome-se em devida nota e imagine-se como Freitas do Amaral não ficará:


A Polícia Montada – exactamente, do Canadá – notificou o Ministério das Relações Exteriores – exactamente, do Canadá – de que estava a proceder a uma intensa fiscalização de restaurantes e bares portugueses – exactamente, portugueses.

E porquê? Exactamente, a Royal Canadian Mounted Police deu conta de que estaria a ser um exagero o vinho que passava pelas requisições diplomáticas do consulado de Toronto, ao mesmo tempo que comércios haveria em que não existia factura do Liquor Control que justificasse exactamente o stock armazenado. Logicamente, melhor – exactamente, tinha de ir-se à requisição e verificar a assinatura...

E foi neste contexto que apareceu no Consulado-Geral de Toronto, não tanto um membro da Polícia Montada à paisana, mas sim o pessoal dirigente duma associação a pedir umas dezenas de caixas de vinho, digamos que por força do hábito. NV sabem que o Cônsul recusou e explicou ao pessoal porquê. Fez muito bem, exactamente, em recusar e em explicar porque aquele pessoal estava distraído.

Ora diligências deste género por parte da polícia canadiana já têm infelizmente, melhor – exactamente, historial. Ainda não há muitos anos foi colocada uma verdadeira casca de tangerina no mesmo Consulado-Geral, por via de uma súbita pergunta do Ministério das Relações Exteriores – exactamente, do Canadá - ao então embaixador de Portugal em Otava, preocupados que estavam os canadianos com a saúde exactamente do cônsul que, deveras, não bebia mas que exactamente requisitava largas dezenas de caixas que tão exactamente chegavam por mala com garrafas de vinho, como exactamente eram transaccionadas a uns restaurantes.

Para quem não sabe e porque exactamente será de grande utilidade para a Inspecção Diplomática e Consular das Necessidades, diga-se que a Royal Canadian Mounted Police, única polícia no Canadá, subdivide-se em vários departamentos: informação, contra-informação, criminal, fronteiras, administrativa, por aí fora.

Um dos departamentos, o administrativo, investiga crimes de corrupção abarcando o contrabando, a venda ilícita, e é aí que entra investigação de eventual venda de vinhos e licores, requisitados por diplomatas (ao preço da chuva), a amigalhaços ou parceiros eventuais que fazem eventualmente comércio.

Exactamente, já estamos a ver o próximo-futuro deputado pelo círculo Fora da Europa, José Cesário, a fazer uma pergunta ao Governo… Que faça e verá como exactamente a Polícia Montada conhece aquela do in vino veritas!

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