Nada tenho contra o Prof. Freitas do Amaral. No plano político, ele é livre de tomar caminhos, pelo que não me repugna que um fundador do CDS, um candidato presidencial contra Soares e um beneficiário de desempenhos (ONU) e posições privilegiadas (comissões) por parte de Durão Barroso, seja agora inegavelmente figura de proa de um governo do PS. Freitas do Amaral é uma cabal prova viva da advertência doutrinária tão amiudadamente citada na cultura geral frásica dos nossos políticos segundo a qual «nós somos nós e as circunstâncias»…
O que me choca, não tenho outra palavra, é que o PS com um governo de maioria absoluta, não tivesse visto mais ninguém à volta de si, dentro de si ou mesmo na sua discreta contiguidade para as funções de executor responsável da política externa e chefe da diplomacia. Noutras circunstâncias – as de uma minoria relativa, por exemplo – até compreenderia a opção de Sócrates (ou de perversas influências sobre Sócrates?).
Não está em causa a competência do Prof. Freitas do Amaral como jurisconsulto, nas matérias do direito administrativo e outras conexas, como também não está em causa a sua aptidão para desempenhos protocolares e de representação. O que está em causa é o seu perfil, tacto e objectivos, e não tanto a capacidade, para as questões de «Portugal na Europa» e de «Portugal no Mundo», a pegar nas designações que o PS deu à matéria nos seus prévios debates eleitorais.
Oportunamente iremos a ponto por ponto, caso NV acolham os considerandos.
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
07 março 2005
Por mala. Dos acreditados. «Freitas e as circunstâncias»
De «Embaixador Jubilado»
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