05 maio 2005

É assim. Ninguém quer Riade, mas Sevilha…

Transformou-se num «caso nacional» o facto do embaixador de Portugal em Riade (que representa o Estado em mais seis países...) estar apenas acompanhado pelo motorista, depois do vice-cônsul ter sido afastado compulsivamente e com a eternizada vaga de um conselheiro ou secretário de embaixada com directo prejuízo para o funcionamento do secção consular. Na verdade, pelos nossos apontamentos, até Malta conta na sua embaixada na Arábia Saudita com dois diplomatas – Portugal é a embaixada da UE que mais países cobre e menos pessoal dispõe, seguindo-se a vesga regra das redutoras soluções à lusitana.

E qual será o principal motivo para a falta de diplomatas «voluntários» para por o ombro no andor penosamente transportado pelo embaixador Silveira Borges?

Pois bem, o motivo é meramente terreno: abonos!

Senão compare-se: para a vaga de conselheiro ou secretário em Riade o abono de representação é de 255,75 € e o abono de habitação é de 2.368,12 €, enquanto, por exemplo, para o posto do Consulado-Geral em Sevilha, o abono de representação é de 10.963,81 € e o abono de habitação é de 3.820,98 €… Assim, quem quer ir para Riade e não deseja instalar-se em Sevilha, sobretudo se tem raízes e casa no Alentejo?

Assim, as Necessidades vão mal - a carreira diplomática não pode ser uma carreira de emigrantes de luxo.

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