Mas alguém duvida que os cargos de conselheiros nas Embaixadas (de Imprensa, de Cultura, de Cooperação…) são providos em função de critérios nada transparentes?
É o amigo do amigo-ministro X, é a amiguinha do ministro-amigo Y, é o assessor do ministro Z que seis meses antes sabe que vai abandonar o governo ou que o governo está por um fio, é a prateleira dourada para o amigo X-Y, é o favor que se presta por algum favor semelhante ao rosmaninho dobrado na gaveta entre as dobras do lençol… As Necessidades deviam por cobro a esta situação estabelecendo a regra do concurso público para esses cargos vitais – repetimos, vitais – nas Embaixadas e mais vitais são em Países-chave como a França, Espanha, EUA, Rússia, Angola, Brasil, China e Japão. É claro que há excepções – confirmam a regra. Carlos Fino agora em Brasília, não duvidamos, é uma excepção, havendo mais, lá chegaremos. Mas a regra é temos por fora uns bons pares de jarras, muitas delas regadas com suplementos do FRI.
Mas aí temos centenas, vai para uns dois milhares de jovens licenciados em Relações Internacionais, em Comunicação Social e em Ciências da Comunicação que andam pelas esquinas e de esquina em esquina. Muitos, muitos deles – sabemos – são espíritos superiores, bem formados, verdadeiros quadros. Portugal que tanto investiu neles, desperdiça-os. Prefere o compadrio, o sistema que transforma os conselheiros em África em sobas, na Europa em garfos espetados, na América em caixeiros e na Ásia em paus para toda a colher. É claro que há excepções mas não anulam o que devia ser regra.
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