07 fevereiro 2006

Portugal lamenta e discorda. Estamos esclarecidos

Por regra, documentos, curiosidades e sacramentos são colocados em Notas Formais, para não maçar os que seguem NV. Hoje há excepção à regra. Trata-se de uma Declaração do Ministro Freitas do Amaral sobre as caricaturas, declaração que se reproduz a seco - os comentários ficam para depois, porque não vão faltar. Óntem houve uma reunião em Bruxelas sobre o caso, por ora não sabemos se a filosofia defendida pelo repressentante português foi exactamente esta. Deve ter sido.

Segue o texto (destaques a negro da responsabilidade de NV e a ilustração não é uma caricatura mas trata-se de Abraão Sacrificando o Filho, quadro de Rembrant):

Declaração do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre a crise dos cartoons

Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos.

A liberdade de expressão, como aliás todas as liberdades, tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros.

Entre essas outras liberdades e direitos a respeitar está, manifestamente, a liberdade religiosa – que compreende o direito de ter ou não ter religião e, tendo religião, o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que se professa.

Para os católicos esses símbolos são as figuras de Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria.

Para os muçulmanos um dos principais símbolos é a figura do Profeta Maomé.

Todos os que professam essas religiões têm direito a que tais símbolos e figuras sejam respeitados.

A liberdade sem limites não é liberdade, mas licenciosidade.

O que se passou recentemente nesta matéria em alguns países europeus é lamentável porque incita a uma inaceitável “guerra de religiões” – ainda por cima sabendo-se que as três religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica) descendem todas do mesmo profeta, Abraão.

Diogo Freitas do Amaral
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros

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