Eis que o Embaixador Agapito, vindo de Belém de braço contorcido por infinito mal-estar, gritou naquele deserto do Rilvas que, aos Domingos e com a diplomacia fechada para obras, é um dos melhores campos para burricadas:
«Meu caro! O quadro de Sampaio está incompleto! Aquilo, sem cães, não é de Paula Rego! Ao menos dois cães, dois cães – um para guardar a bandeira e outro para guardar Sampaio! Sem aqueles cães de Paula Rego não há Estado, não há Sociedade, não há Quadro! E de quem é a culpa? De quem é a culpa?»
E ao pronunciar essa fatal palavra culpa, bateu estrondosamente no peito acertando em cheio no alfinete da condecoração, após o que colado a um grito doloroso se ouviu apenas isto:
«المستقبلية * !!! Que isto pica!»
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* Expressão licenciosa mas não blasfema, traduzível moralmente por caramba.
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