Sexta-feira, é verdade: o chefe da diplomacia portuguesa passa esta sexta-feira em Toronto. NV são são a Agência Ecclesia nem querem concorrer -perderiam pelo seu manifesto superavit de agnosticismo diplomático. Mas pondo de lado as virtudes naturais e as sobrenaturais (matérias para aqueles comunicados oficiais em que Portugal lamenta e discorda) sirvamo-nos das três virtudes teologais e das restantes quatro cardeiais para descrever este dia de DFA em Toronto. Aliás, nem se percebe porque é que reestruturação do MNE não se limita a fundir tudo em duas direcções-gerais, a Direcção Geral das Virtudes Teologais e a Direcção Geral das virtudes Cardeiais... Seria mais barato e muita gente seria obviamente exonerada pelos vícios correspondentes às virtudes.
Vamos então à diplomacia virtuosa:
Fé. De tarde (fuso local), DFA recebe no consulado–geral de Portugal vários dirigentes de clubes e associações, bem como representantes do Conselho das Comunidades.
Esperança. As entrevistas são individuais.
Caridade. Às 17:00 (fuso local), realiza-se um último encontro, inicialmente previsto para a noite, com a comunicação social lusófona.
Prudência. O embaixador Silveira de Carvalho continua em Toronto junto do ministro como já o esteve em Otava.
Rectidão. A comunidade portuguesa está visivelmente orgulhosa de ter um ministro dos Negócios Estrangeiros capaz de falar de igual para igual com todos os governantes estrangeiros, apreciou a franqueza com que ele falou..
Justiça. Mas está surpreendida e embaraçada por saber que, finalmente, os candidatos a refugiados já tinham recebido ordem de expulsão há um ano.
Firmeza. Pouco depois de o saberem, através da TV e rádio, começaram a perguntar, em tom cada vez mais audível, para que serve o Conselho das Comunidades, o Congresso Luso-Canadiano e outras associações que guardaram silêncio em relação a isso.
Fortaleza. Tanto mais que o presidente do Congresso Luso-Canadiano é um conselheiro de Imigração que, por sê-lo, devia estar bem informado.
Temperança. Este caso dos portugueses ilegais, uns expulsos e os outros ainda não se sabe, tem o efeito de um tremor de terra comunitário. Abana pessoas e instituições. Ainda vai correr alguma tinta.
NV ficarão eternamente gratas ao embaixador Rocha Páris que possa confirmar junto do Vaticano se as virtudes estão certas. É que pode haver um vício pelo meio e o nosso conselheiro eclesiástico foi exonerado.
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