Comparemos.
Quando o actual embaixador em Israel, Pedro Bártolo foi nomeado, o que disse o Rilvas sobre mudanças em Telavive? Quando muito que o anterior foi exonerado e que o seguinte foi nomeado, tendo sido necessário prestar muita atenção à folha oficial que apenas traz a lume a exoneração do anterior e a nomeação do sucessor, dois ou três meses depois da mudança, sem que o Rilvas diga alguma coisa quem é Pedro Bártolo, o que vale, o que fez e quando fez.
E o Foreign Office? Hoje mesmo, para Telavive, não três meses depois, mas quatro meses antes diz isto, polidamente, protocolarmente, britânicamente, exactamente isto, sem tirar nem pôr:
CHANGE OF HER MAJESTY'S AMBASSADOR TO THE STATE OF ISRAEL (07/04/06)
Mr Tom Phillips CMG has been appointed to be Her Majesty's Ambassador to the State of Israel in succession to Mr Simon McDonald CMG who will be transferring to another Diplomatic Service appointment. Mr Phillips will take up his new appointment during August 2006.
CURRICULUM VITAE
Full Name: Tom Richard Vaughan Phillips
Date of Birth: 21 June 1950
Married to: Anne
Children: Two sons (1987 & 1989)
2003-2006 - FCO: Director South Asia and Afghanistan
2002 - UK Special Representative for Afghanistan
2000-2002 - Kampala, High Commissioner
1997-1999 - FCO: Head of Eastern Adriatic Department
1993-1997 - Washington, Counsellor (External)
1990-1993 - Tel Aviv, Consul General & Deputy Head of Mission
1988-1990 - FCO: Deputy Head of Personnel Policy Department
1985-1988 - Harare, 1st Secretary
1983-1986 - FCO: Energy, Science and Space Department
1977-1983 - Department of Health and Social Security
Idêntica pauta de procedimento seguiu o Foreign Office, anteontem, quando anunciou a nomeação de Nicholas Baird como embaixador em Ankara, posto que assumirá em Outubro. Pois em Ankara, lá está agora Lemos Godinho como embaixador de Portugal. Nem antes de Lemos Godinho, nem com Lemos Godinho nem depois de Lemos Godinho, o Rilvas disse qualquer coisa com jeito de Estado, porque também nunca disse, não diz nem possivelmente dirá a esse propósito qualquer coisa com jeito de protocolo de Estado. Sim! É que ao lado das razões de Estado há também os jeitos de Estado, mas a voz das Necessidades é que, por mais prosápia que tenha, não tem jeito, nem polidez de pauta. Possivelmente abre-se excepção para aqueles que, não por conveniência de Estado mas por favores devidos, são considerados circunstancialmente «grandes embaixadores» ou embaixadores de 1.ª... E até nisto o Foreign Office dá lição: para Londres, são todos embaixadores, não há de 1.ª nem de 2.ª como nas farinhas das padarias, e todos são tratados pela mesma pauta. Para Lisboa, é conforme a carroça que entra no Rilvas e conforme a carroça que sai do Rilvas.
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