01 abril 2006

Reestruturação consular. Quando o lençol é mais pequeno que a cama...

É verdade. Há um estudo feito sobre a reestruturação consular mas a versão final ainda não está concluída. Só por irresponsabilidade se pode apresentar como decisão política assente aquilo que está num estudo. Como estudo, é um estudo bem feito, independentemente dos reparos que possam e até devam ser dirigidos. Mas é um estudo, nada tem a ver com aqueles dois ou três papelinhos A4 da «reestruturação» de Cesário e que em devido tempo NV deram conta. Temos dito e redito que essa matéria, à partida, dificilmente pode gerar consenso alargado - quase nos atrevemos que jamais obterá consenso, pois trata-se de lençol com metade do tamanho da cama e, além disso, matéria sobre a qual Portugal nunca pensou com total seriedade política. Os consulados, desde a longínqua década de 60, foram sempre vistos como caça-níqueis da Emigração, pouco mais. Liquidou-se a carreira consular (autónoma, especializada e pautada por critérios de excelência) e apenas se pensou no mapa. Ora o mapa está para uma rede consular assim como um fato ou uma saia está para o corpo... O melhor fato e a melhor saia não dão quota de inteligência ao corpo, sobretudo quando a saia é muito comprida ou as calças se arregaçam por mero oportunismo político ou conveniência de estilo.

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