27 junho 2006

Cavaco ouve… … quem o MNE não quer ouvir

Nem vale a pena arredondar o texto. Segue como chegou: «O contencioso que se mantém entre o MNE e os trabalhadores dos seus serviços externos vai ser objecto de análise em audiência concedida na Presidência da República, amanhã, dia 28 de Junho.

O conflito existente e que o Ministério persiste em manter, esteve na base de uma jornada de protesto através de uma greve mundial em todos os serviços externos do MNE (embaixadas, consulados e centros culturais do ICA) realizada no passado dia 9 de Junho.

Esta jornada de luta que, pela elevada adesão dos trabalhadores, constituiu um poderoso grito de descontentamento, não levou ainda os serviços do MNE a reduzir os pontos em litígio, que vão desde o pagamento de actualizações salariais de anos anteriores à abertura da negociação para a actualização do ano corrente (que já vai no meio), passando pela questão dos concursos nos quadros externos, que parecem ter caído no esquecimento nos gabinetes do Palácio das Necessidades.

Refira-se ainda que os serviços do Ministério (Secretaria-Geral / DGA) não foram sequer capazes de processar correcta / totalmente, nos termos da Lei Eleitoral, as compensações devidas aos trabalhadores que fizeram parte das mesas eleitorais nas últimas eleições presidenciais ocorridas em Janeiro, apesar de Despacho Ministerial com orientações nesse sentido.

Assim, e no seguimento dos contactos que vem mantendo com variados responsáveis políticos, o STCDE tem também mantido contactos com a Presidência da República através do Assessor Presidencial para as Comunidades Portuguesas, Dr. José Luís Fernandes, a quem tem remetido a documentação pertinente, e a quem formulou um pedido de audiência que foi agendada para amanhã às 15 horas no Palácio de Belém.


Pela parte do Ministério, apesar de o Sindicato já ter remetido, posteriormente à greve, um ofício ao MENE, Freitas do Amaral, instando-o a promover o desbloqueamento dos processos negociais, de acordo com os compromissos anteriormente assumidos, parece não ter ainda sido entendida a dimensão do protesto e a razão que assiste aos trabalhadores, mantém-se o silêncio - o que não é de bom augúrio, nem para o restabelecimento de um ambiente laboral saudável, nem para a qualidade dos serviços prestados, o que deveria preocupar os responsáveis.

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