De resto, as principais chancelarias da Europa (designadamente Londres e Paris) secundarizam a reunião de Bruxelas. Pelo que diz respeito a Portugal, Luís Amado fez bem em tomar a iniciativa para a convocação da reunião extraordinária do conselho, e o inêxito deste não foi, nem de longe, um inêxito da diplomacia portuguesa. Mais duas ou três iniciativas que, como esta, se justifiquem fazer bater na pedra dura, ainda que iniciativas moles, tanto darão até furem. Oxalá, Amado não se canse.
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
01 agosto 2006
UE/Uma só voz... ...várias gargantas
Israel/Hezbollah. Depois do impasse no Conselho de Segurança, forçosamente - «pragmáticamente», como preferiu Luís Amado dizer - o conselho ministerial da UE ficou politicamente atado. O Reino Unido (secundado em Bruxelas pela Alemanha e Holanda)não iria subscrever hoje algo que contrariasse a sua posição de ontem em Nova Iorque. O apelo do conselho ao «fim imediato das hostilidades» - fórmula acordada para substituir a exigência do «cessar-fogo imediato», não passa de um máximo divisor comum entre os 25 ou mesmo uma brincadeira de palavras. Pode haver cessar-fogo sem fim das hostilidades? E pode haver fim das hostilidades sem cessar-fogo? Diz Luís Amado que «Nós (UE-25) estamos confrontados com um problema de credibilidade, porque o cessar-fogo exige uma concertação entre vários actores que implica tempo. Por isso falamos primeiro em cessar de hostilidades, que é o primeiro passo para o cessar-fogo». Só que as hostilidades são mesmo fogo, fogo que pode não saber-se de onde parte, e não pode haver um fim credível de hostilidades sem um cessar-fogo credível.
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