Briefing. O homem que sabe ser tímido está na dependência de todos os malandros, foi o que Beaumarchais se lembrou de dizer e ainda hoje é verdade, pelo menos em diplomacia pura.
1 – Coreia do Norte
2 – As 11 bocas dos Corredores
1 – (Pode comentar o comunicado oficial sobre a última da Coreia do Norte? Portugal apenas deplora profundamente, não condena?) – Mas o que é que, nesta ausência de NV, se passou convosco que já notam as nuances da linguagem diplomática? Na verdade, sobre a experiência norte-coreana de um engenho nuclear, o comunicado oficial do MNE, depois de referir que o Governo «tomou conhecimento, com grande apreensão», em substância, apenas «deplora profundamente a decisão irresponsável e inaceitável das autoridades de Pyongyang». Em vez de deplorar, poderia ou deveria condenar ou mesmo condenar veementemente. O deplorar ainda que profundamente é coisa diplomaticamente tímida, o condenar, e não é preciso que seja firme e até veementemente, é que é chamar malandro ao que tenta colocar as relações internacionais na dependência de refinada malandrice.
(Mas ouvi dizer, creio que em notícia de rádio, que Portugal condenou…) – Também ouvimos. Isso foi, talvez, coisa soprada, ou bebida, ou emborcada como cálice de vinho, para o que é preciso ter topete, como se comprova na foto que vos distribuo. Talvez uma interpretação jornalística ou interpretação ditada de algum gabinete para efeitos mediáticos. Ora já é tempo do MNE não se servir de segundos e terceiros, designadamente agência noticiosa, rádios e televisões, para dizer – ou sugerir que se diga - o que oficialmente e sem timidez diplomática deveria afirmar. Uma declaração oficial, um comunicado oficial é que valem e neste comunicado oficial não consta a condenação clara e inequívoca do acto norte-coreano, classificando-o designadamente como provocatório. O comunicado apenas refere que é «um grave desafio». A propósito, leiam em Notas Formais, na íntegra, a declaração proferida hoje, sobre o caso, por Margaret Beckett, em Londres. Mas Beckett é Beckett e Amado é Amado.
(Acha que seria caso de chamada às Necessidades do embaixador norte-coreano acreditado em Lisboa?) – Santo Deus! O que você foi lembrar! O embaixador norte-coreano acreditado em Lisboa reside em Estocolmo, e as Necessidades nem sabem o nome dele, esqueceram-se.
(Como é poderemos contactar esse embaixador? Pode facultar o o número de telefone dele?) – Com todo o gosto, número de telefone e de fax. O telefone é +46 8 767 38 36 e o fax é +46 8 767 38 35. E gosta de salmão fumado que é o salmão em estado de timidez.. Mais perguntas…
2 – (Prometeu, para hoje, 11 bocas dos corredores das Necessidades…) – Sim, senhor. Vamos às bocas. Primeiro, corre pelas Necessidades que Fernando Henrique Cardoso vem a Lisboa para lançar um livro seu, a Arte da Política – A história que vivi, dia 12, na Fundação Mário Soares, mas na véspera, dia 11, ele mesmo entrega ao embaixador Seixas da Costa um dos dois "Prémios Personalidade do Ano" atribuídos pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira.
(Dois? Um é Seixas da Costa e o outro, quem é?) – É André Jordan que sabe muito.
(Outra boca…) – Sim, de Viena sai brevemente Vasco Bramäo Ramos para Director Politico em Lisboa. Não aqueceu o lugar. Quem o irá substituir?
(Diga todas de seguida) – Com certeza, anotem. Pergunta-se nos corredores sobre quais serão os novos Embaixadores no apetecível Dubai, e Tripoli na Líbia e sobre quem substituirá também a chefe de missão em Ramallah, que segue em breve para Adis-Abeba… E diz-se que Fernando Albertti Tavares de Carvalho sai no fim do ano de Sarajevo para no Instituto Camões, como Vice-Presidente, substituir Luísa Bastos de Almeida, que vai em Fevereiro para Montevideu. Para o lugar de Fernando Albertti vai António Botelho de Sousa, que assim deixará o Gabinete de Informação e Imprensa do MNE onde está. E, além disto, muita especulação sobre irá aterrar Luís Barreira de Sousa, cônsul-geral em Paulo, interrrogando-se muita gente sobre quem irá para o seu lugar, já no movimento extraordinário. Bem! E depois disto que Helena Barroco já näo vai para Roma, continua com o ex-PR Sampaio. Quem avançará no seu lugar? Fica a ganhar Carla Saragoça que era para vir para Cônsul-Adjunta em Luanda e assim ali terá de ficar "retida", e ao que parece, o que em nada a incomoda. Antes pelo contrário. Também houve recusas de "minininhos e mininihas" que só querem Postos Revlon e até recusam, veja-se...Tunis ! Haja Deus e faça-se justiça, mandem-nos para Postos D!
(Estamos a gostar! São mesmo bocas! Há mais?) – Há. Já em 2007, vagam também as chefias de missão em Atenas e Harare, por limite de idade. Já se fala em nomes...NV para já não revelam. Mas para Atenas já sabemos, não é Paulo Barbosa? E já agora, uma boca segura - para a Inspecção Diplomática e Consular e para lidar com a tal corrupção a que o PR fez referência, vai o Embaixador José Luís Gomes. Portanto, em consulados e embaixadas onde haja minas, acautelem-se… Ainda muitas bocas sobre quem será o/a novo/a SG-Adjunto/a ? Muita especulação, Santo Deus e Santos Símbolos Sagrados desde Abraão! Rosa Batoreu, esposa de Nuno Brito, ou Henrique Silveira Borges, chefe de missão em Riade e que chegou a ser falado para a Inspecção, mas…? Verdade ? Finalmente, uma boca interrogadora - o DGA, o Inspector do Ministério das Finanças, fica ou sai, uma vez que deverá estar a acabar a sua comissão de serviço no MNE, por lá colocado pelo reconhecido modelo de transparência, António Martins da Cruz?
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