16 novembro 2006

Diplomático estoiro. É Agapito. Quem duvida?

É alta a madrugada, mas ele, o Embaixador Agapito, verdadeira insónia das Necessidades, nem pergunta se interrompe esplendoroso sonho ou se põe ponto final a pesadelo sobre a viuvez da diplomacia. Ele, Agapito não usa o telefone, ele pratica o telefone! Agora mesmo, a bomba dessa voz estoirou pelos fios:

«Meu caro! Ouça! Acorde e ouça-me! José Luis Gomes na curva da Inspecção Diplomática que é a curva mais distante entre dois pontos, como é que esse meu ilustre colega pode ir de um ponto o outro? E Andersen Guimarães fica à tangente? E que suprema audácia de lançar Gervásio Leite para a secante? E Nunes Barata irá delirar com o subalterno cálculo do valor de π, o 3,1416 arredondado da carreira? Meu caro! Repare bem! É desta vez que a chaminé das Necessidades vai deitar faísca!»

Depois de tossir tão forte como um desfile de 47 carros de guerra, desligou. Paciência, é Agapito. «Embaixador Agapito Barreto», como exigiu a um diplomata árabe da Avenida das Decobertas que o tratasse. Menus e cotillons não são com Agapito.

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