11 novembro 2006

Holanda, 100 portugueses sem protecção. Em situação de fome

Ao deus dará consular. Mais de 100 portugueses estão neste momento em situação de extrema carência, arrumados em bungalows numa espécie de parque, em Stramproy (Holanda). Foram contratados na sua maior parte há quatro meses em Paredes, ao que nos dizem para a empresa intermediária Tempo-Team, com a promessa de pagamento de 1.200 €/mês mais horas extraordinárias, horas extraordinárias que são o engodo da angariação, sejamos claros.

Nestes quatro meses apenas chegaram 47 € ao bolso de cada um, sendo as refeições arroz com arroz. No meio deles, indivíduos que a PJ conhece, se é que não procura, com missão aparente de provocar.

A Embaixada de Portugal em Haia está, como se sabe, desprovida de conselheiro social ou de adido que seja, permitindo-se assim que a divulgação do caso seja empolado jornalisticamente, tanto mais que o Consulado-geral em Roterdão que tem jurisdição na área, também não supre o empolamento.

A situação nos bungalows de Stramproy chegou perto de explosiva, e foi então - NV confirmaram - que José Xavier (na foto), membro do CCP na Holanda se dirigiu ao local. José Xavier que tem a sorte de trabalhar na Embaixada do Brasil na capital holandesa chefiada por Gilberto Vergne Saboia que, entre tanta coisa de que percebe, é reconhecidamente um dos maiores peritos brasileiros na matéria de direitos humanos - comprovámos directamente isto, vão uns anos, era ele secretário de Estado dos Direitos Humanos em Brasília, e a dar corpo a um dos projectos mais ambiciosos e marcantes do país.

Em Stramproy, a polícia holandesa foi contactada mas declarou-se sem competência legal para tratar do caso dos portugueses que só não estão num completo ao deus dará porque aquele membro do CCP acorreu ao local como o cônsul ou o embaixador já deveriam ter feito relativamente a portugueses ludibriados e desprotegidos.

António Braga: quando é que o MNE/SECP põe um ponto final nestas situações da Holanda que, em primeiro lugar são de direitos humanos, de protecção consular e de defesa de cidadãos portugueses em risco, e só depois de formalidades?

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