24 novembro 2006

Mau gosto e pior senso. Para não dizer disparate

O correspondente de El País em Lisboa, Miguel Mora, ocupa uma página inteira do seu jornal para falar da «Actualidad del ruedo ibérico» e, com isso, sínteses dos vários dossiers ou temas do relacionamento bilateral esbatidos sob a fórmula de «mitos y paradojas de la relación ibérica», abrindo com o tema da Política. E como se nada mais houvesse para servista a partir da meseta, Miguel Mora confina a questão política ao episódio do «ministro iberista» Mário Lino com a subalterna deriva de uma queixa, a esse propósito, apresentada na Procuradoria e nada mais. E até abre o Código Penal português onde a «traição à pátria» está espalmada, e oxalá continue espalmada. Os leitores espanhóis do diário ficaram assim hoje supostamente elucidados de que a única questão política relevante é essa queixa e o que ela, a despropósito, traduzirá. Mau senso, Miguel Mora. Muito mal estaria a democracia portuguesa se a opinião pessoal de um ministro português fosse punida em Portugal como em Espanha poderão ser eventualmente punidas algumas opiniões de bascos e catalães, estes por acaso quase todos profundamente iberistas também por conveniência do momento. Pior gosto.

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