Rigor. A um Ministério de Negócios Estrangeiros exige-se rigor na linguagem. Nada temos contra os quiosque (antes pelo contrário), é admissível que o projecto dos quiosques seja tratado por uma questão prática como «Consulado Virtual», é aceitável que 500 quiosques seja um bom e suficiente número... mas não se chame a isso «consulados» e muito menos se induza o cidadão comum a pensar que se abrem 500 consulados, pelo que o encerramento de 60 até ficaria compensado. Além disso, misturar-se o projecto do «Consulado Virtual» com a questão da reformulação do mapa consular português, é o mesmo que confundir-se a instalação dos terminais de mediadores de jogos da Santa Casa, com o Orçamento do Estado. Não sabemos como é que o Estado Português reagiria se, por exemplo, a Ucrânia ou o Mali decidissem criar 87 quiosques em Portugal...
Naturalmente que «o problema» consular não é o da falta de quiosques - matéria virtual que escapa à Convenção de Viena que vincula o Estado em matéria de relações consulares. Por isso, Sr. Ministro, encontre outro nome - o quiosque é uma boa e engenhosa via verde para o atendimento, mas não é consular, nem, como quiosque, pode substituir consulados. Basta-nos as más experiências com os honorários, algunsdos quais foram uns bons e sabidos quiosques.
A uma chancelaria, no mínimo exige-se rigor.
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