O que diz Tomás de AquinoNa Summa theologica, I-II, 81,1 - O pecado original transmite-se com o esperma como uma infecção natural, mas isso nada tem a ver com a tradução da alma racional. A alma é criada porque ela não pode depender da matéria corporal; Na Summa theologica, I, 90 - Deus introduz a alma apenas quando o feto adquire, gradualmente, primeiro a alma vegetativa e, depois, a alma sensitiva. É apenas neste estádio, num corpo já formado, que é criada a alma racional; Na Summa theologica, I, 76,2 e I, 118,2 - O embrião só possui a alma sensitiva; Na Summa contra gentiles, II,89 - Repete-se que há uma ordem, uma gradação na geração «por causa das formas intermediárias de que é dotado o feto desde a origem e até à sua forma final»; No Suplemento à Summa theologica, 80, 4 - Os embriões não participarão na ressurreição da carne. Os embriões não ressuscitarão. A alma racional não foi infundida neles e, por essa razão, eles não são seres humanos.
Diplomacia portuguesa. Questões da política externa. Razões de estado. Motivos de relações internacionais.
01 fevereiro 2007
Tomás de Aquino e a «diplomacia divina» perante o embrião. Os que sabem, recordam-se ?
O papa sabe. Que lá do Vaticano, o embaixador Rocha Páris e o respectivo conselheiro técnico eclesiástico especializado desculpem NV se por acaso reportaram ao MNE, em todo o caso registamos que o papa Bento XVI consagrou as suas reflexões e o angélus dominical do dia 28 a Tomás de Aquino, Doutor da Igreja. E disse o papa que o grande teólogo é «o modelo de harmonia entre a fé e a razão, as duas dimensões do espírito humano que se realizam em pleno em reencontro e diálogo». Portanto, a fé divorciada da razão, noves fora, zero. E não é que isto tenha suscitado grande alvoroço na chancelaria portuguesa, mas levou alguns diplomatas, sem prejuízo de serviço, à curiosidade de saber o que, afinal, esse grande Tomás de Aquino disse sobre o embrião e o feto, ou se, por outras palavras, o embrião teria já alma humana, a alma racional, ou não. Como, infelizmente, o papa foi omisso nos conhecimentos que sem dúvida tem sobre o que Tomás de Aquino deixou clarificado sobre a matéria, vale aqui chamar a atenção para o texto que Alfredo Barroso publicou na revista «6ª», do DN (12 de Janeiro) e para cuja leitura chamamos a atenção dos que têm a fé reencontrada e em diálogo com a razão – quem não tem isso, anda por aí a promover autos de fé com a mesmíssima cara de ódio dos frades menores da inquisição, faltando-lhes só agitar que o putativo genocídio deveria levar os portugueses à barra do Tribunal Penal Internacional criado para o efeito. O texto de Alfredo Barroso, com a devida vénia, transcreve-se na íntegra em Artigos Definidos.
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