05 abril 2007

Diplomatas: apenas ascenção ou também recrutamento?

Matéria para debate. Todo o artigo de João Santos Lucas (Diário Económico) é matéria para debater a sério e com seriedade ler AQUI, matéria perante a qual diplomatas, políticos e observadores não podem assobiar para o lado. João Santos Lucas que ainda há bem pouco tempo NV tinham contestado na avaliação que produziu sobre a reforma consular, volta à carga mas com argumentos e analogias de peso, desta vez sobre as representações diplomáticas. Justifica-se um briefing sobre o assunto. Virá briefing.

Mas antes do briefing (hoje não que é a última ceia, amanhã por certo que é o calvário...) respiga-se do texto de João Santos Lucas:

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    Actualmente, entre os 108 embaixadores da Índia, 7 não são diplomatas de carreira. Em Agosto de 2002, o MNE japonês introduziu a regra de que 20% dos seus embaixadores teriam origem fora do seu MNE e que outros 20% não seriam embaixadores de carreira. Os EUA têm cerca de 170 embaixadores acreditados pelo mundo, 31% dos quais não são de carreira. Esta percentagem tem-se mantido razoavelmente estável desde 1961. Kennedy e Reagan nomearam 32% de embaixadores “políticos”. Carter apenas nomeou 24% fora da carreira. Mas poucos de entre estes são embaixadores “políticos”. Na sua maioria têm origem no mundo dos negócios. Ellsworth Bunker, David Bruce, Claire Booth Luce, Mike Mansfield figuram entre os destacados embaixadores dos EUA que não pertenciam à carreira diplomática.

    O vector mais poderoso desta mudança parece estar na importância atribuída à diplomacia económica. Como afirma Rik Coolsaet, professor de Relações Internacionais do Departamento de Ciência Política da Universidade de Gent, Bélgica, "diplomatas de muitos países não fazem segredo que a sua principal tarefa consiste, agora, em cuidar dos interesses comerciais do estado que representam".

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