Só visto. Garantiu Luís Amado que «não é verdade, não tem fundamento" a notícia sobre um pedido oficial da Guiné-Bissau para substituir o encarregado da secção consular da Embaixada de Portugal em Bissau, Eduardo Rafael. Obviamente que não é verdade porque não houve notícia disso. A notícia que houve foi sobre o anúncio feito pela ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Conceição Nobre Cabral, de que, surpreendentemente, iria solicitar a substituição do diplomata português, dando 15 dias. Mas ficou pelo anúncio - aliás, o próprio primeiro ministro guineense acabaria por não conceder visto a tal anúncio da sua MNE.
Quanto ao mais, Luís Amado fez bem em resfriar o assunto e distinguir as águas, sugerindo - Luís Amado, de resto, é notável no exercício de sugerir ou de deixar sugerido. É que uma coisa é o «fruto da tensão» com autoridades locais (Bissau agora, já foi Luanda) por incidentes com vistos, fruto esse que pode e deve ser motivo de diálogo entre Lisboa com as capitais em causa, e outra coisa é aquilo que é matéria interna portuguesa e que a Portugal diz respeito, seja em matéria do foro disciplinar ou legal de funcionários do estado, seja em matéria de condutas susceptíveis de pôr em crise a imagem do estado. Em todo o caso, identifique-se o problema, encontre-se a solução mas não se urdam bodes expiatórios - o verbo urdir é o verbo apropriado, que é um verbo terrível.
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