06 março 2008

Ministra do Estrangeiros guineense e Consular de Portugal? Inusitado entre chancelarias

Em causa ou visado está o encarregado da secção consular da Embaixada em Bissau, Eduardo Rafael (1.º secretário de embaixada)


É inusitado o procedimento da MNE guineense, Conceição Nobre Cabral. Como se atritos, conflitos e problemas entre chancelarias fossem como que entre autarquias, a ministra, sem dúvida traída pelo apático silêncio português, diz isto, nestes termos:
    "Vou falar com o secretário de Estado João Cravinho para nomear um novo cônsul daqui a 15 dias, tendo em conta o tratamento indigno que os nossos deputados estão a receber".
É como se fosse netre Oeiras e Sintra: fui falar com ele para ele nomear daqui a 15 dias...

Mais disse a ministra, sobre o diplomata Eduardo Rafael, nunca se sabendo se ela não estará a confundir com o anterior:
    “(Ele) tem afectado também membros do Governo que têm estado a fazer reclamações pela forma como têm sido tratados".

A ministra foi chamada de urgência ao Parlamento para ouvir os deputados sobre o que consideram ser o comportamento inadequado do cônsul de Portugal na Guiné-Bissau. Segundo vários deputados, que falaram no Parlamento guineense, o encarregado da secção consular da Embaixada de Portugal terá "humilhado" e "mal tratado" cidadãos guineenses, e a "insensibilidade" do diplomata em "relação aos doentes que precisam de tratamento de saúde em Portugal" levou à alegada "morte de cidadãos guineenses".

Portanto, matéria manifestamente grave e que não aconteceu de ontem para hoje, nem é de há uma semana... A visita de João Cravinho, para assinar o PIC e não para resolver o problema com que foi confrontado com este procedimento autárquico da MNE guineense e com a urgência dos deputados, devia ter sido antecedida pela solução do problema de fundo e por solução que fosse cabal e não desse pretexto para este mau passe de diplomacia. Do problema de fundo e dos problemas conexos, que normalmente, pela sua natureza, não sendo de fundo também não vêm à superfície.

Ora, no mínimo, há que ouvir do diplomata Eduardo Rafael o que tem a dizer. Tem esse direito, sendo que o assunto, porque tal se permitiu, deixou de ser assunto interno das Necessidades e tem a ver com a tal imagem do estado português no exterior para cuja melhoria os contribuintes se esforçam.

Sem comentários: