Um lado da questão, porque há outro, vai em esboço.
O esboço dá uma ideia do pandemónio.
O esboço dá uma ideia do pandemónio.
A ministra guineense Conceição Nobre Cabral, ou tem andado muito distraída, ou então, porque João Gomes Cravinho está em Bissau e porque está, os deputados a chamam de urgência, apenas agora sabe o que muita gente da Guiné-Bissau há muito sabe e faz correr, por exemplo...
- Recentemente um cidadão guineense denunciou na rádio que, tendo pedido uma audiência ao Encarregado consular, a mesma lhe foi recusada pura e simplesmente.
- Um deputado guineense, Fernando Gomes (da formação política APU) viu recusada uma audiência do encarregado, para obter o visto de entrada em Portugal, não obstante ter o pedido desse visto sido acompanhado de solicitação do próprio Presidente da Assembleia Nacional Popular. O mesmo deputado chegou a fazer uma declaração nesse sentido em sessão plenária recente do parlamento.
- Uma funcionária do Tribunal de Contas guineense devia ter ido ao Brasil, integrando uma Delegação chefiada pelo próprio Presidente desse Tribunal, via Lisboa, mas a secção consular da Embaixada não lhe concedeu o visto de trânsito, pelo que não se deslocou, apesar da Embaixada Brasileira lhe ter concedido visto.
- Os guineenses residentes em Portugal têm enviado toda a documentação exigida pela Embaixada de Portugal para os seus familiares poderem ter visto de entrada em Portugal, sendo anunciado o prazo de 3 meses para a concessão desse visto. Porém, tal prazo jamais é cumprido, se o requerente tiver a sorte da concessão de tal visto - em geral a resposta demora 6 meses e pode atingir um ano.
- Para autenticação de documentos é cobrado um preço de 7.5000 FCFA. Só que o horário e sessões de atendimento está muito aquém das expectativas dos requerentes, o que os obriga a dormir no passeio da Embaixada para garantirem ser atendidos e poderem remeter esses documentos no único voo semanal que a TAP efectua para Bissau. Tal já levou a que fosse montado um rentável negócio de "lugar na fila", vendido a 10.000 FCFA, acarretando para quem precisa mesmo desa autenticação a ter de dispender 17.500 FCFA.
- Um guineense ficou com um dedo mutilado, por os guardas da Embaixada lhe terem fechado o portão, de modo a impedir o acesso de muitos requerentes, os quais apenas entram em grupos escolhidos "a olho" pelos guardas.
- Muitos casos de doentes, incluindo crianças, qualificados de casos urgentes e que não podem ser tratados na Guiné-Bissau, acabam por não ser evacuados para Portugal, não obstante os protocos existentes entre os dois países, por falta de sensibilidade da secção consular da Embaixada em conceder os necessários vistos.
- Em suma, os guineenses que demandam os serviços da Embaixada de Portugal só são atendidos em certos dias (em geral 2 dias por semana), o que é incompatível com o número de requerentes, com a agravante de serem atendidos, na maior parte das vezes, por uma janela que dá para a rua, ficando os interessados ao sol ou à chuva durante horas, o que eles consideram chocante, ofensivo e atentatório da sua dignidade.
Só que este é apenas um lado da questão, além de que as as imagens adequadas à ilustração que se impunha, não estão nem mesmo podem estar disponíveis.
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