10 março 2008

Os Tenreiros da Carreira. O pedido da lista foi uma ligeireza

Falemos claro. Se alguma coisa uma reforma do MNE tem que acabar e de vez é com a mentalidade corporativa da máquina, ou seja, tem que acabar com os Tenreiros da Carreira. Se nos perguntarem se, no passado recente, figuras-chave da secretaria-geral das Necessidades ameaçaram diplomatas com que, caso processassem o MNE em sede administrativa, poderiam esquecer quaisquer promoções e colocações no estrangeiro, responderemos que, nem uma nem duas vezes, isso aconteceu, como aconteceu promessa de ofertas nessa matéria, a troco de silêncio.

É claro que o ministro tem que saber disto, pois que o ministro saiba é o que os Tenreiros da Carreira mais temem, habituados à regra de que «a solução dos problemas da máquina é com a máquina», eternizando tenreiros. Por isso temem uma Inspecção séria e transparente, temem indagações legítimas do Ministério Público, temem que procedimentos nada edificantes numa democracia subam ao quotidiano do tribunal administrativo, e temem o escrutínio dos indícios, porque temem perder o controlo corporativo de uma máquina que, por isso mesmo, está emperrada e tantas vezes revelando-se incapaz de filtrar a competência e só a competência e o sentido de serviço de estado e só esse sentido. E fiquemos por aqui. Por ora.

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