03 abril 2008

■ BENDITOS CLAUSTROS ■ Conversa a cinco

Aqueles cinco encontram-se de vez em quando nos Claustros, sem grande aparato mas com venerável júbilo nas cara. E falaram como lessem em voz alta, página arrancada a livro, arrancada... não fosse o ministro lê-la, na letra times que se segue ainda fresca de tipografia:

    - Pá! Há um alto militar que está podre de estragado com uma diplomata, pá. O general ou perto disso, nem sei pá, estacionou o carro no sítio do carro da diplomata pá, e então, a colega pá, deu-lhe para lançar dejectos canídeos contra o carro da alta patente, pá! Ainda hoje, pá, o militar jura que se a encontra… Nem que seja em Pequim, em Nova Iorque, no Alto da Serafina, pá!
    - Não me digas, pá! Isso foi lá fora ou no Rilvas?
    - Lá fora, pá!
    - Mas o militar não regiu? Não fez nada?
    - Nada, pá! Nem um grito, nem um desmaio, nem um arranhão, pá! Mas sentiu-se imbecil e caindo que nem um pato.
    - Pá! Isso não é nada! O militar que se amole!!! E então aquela outra colega perita em troca de etiquetas em lojas para simular preços mais baratos na caixa de pagamento?
    - Não me digas pá! Diplomata? Mas a carreira tem isso?
    - Pá, na Veja da semana passada, não leste?
    - Não. Conta lá, pá…
    - Pois o embaixador brasileiro Marcílio Marques Moreira, aquele tipo que se demitiu da comissão de ética do governo de Lula, disse que, no Brasil, pá, quem respeita a lei é considerado imbecil…
    - Nom percebo pá! Ké kisso tem a ver kó k’ela colega dos dejectoz kontr'ó general e ko essa daz etiquetaz?
Nisto, a esta última pergunta de recente adido tipo SMS, o grupo fez por cinco longos segundos, um profundo e estupefacto silêncio como que à espera de alguma resposta, cada um dos outros quatro, porque cinco segundos passados desse silêncio, os cinco do grupo deram uma enormíssima e simultânea gargalhada como se formassem um coro de imbecis respeitadores das normas de conduta.

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