18 maio 2008

Questão de honorabilidade. E de responsabilidade

CONCRETIZE-SE Lá para um canto interior, o DN (Paula Sá) volta hoje ao tema que ontem era um 1775 e hoje já nem tanto assim - sindicato entre aspas, fala de excesso de impugnações no MNE. O que assim está é mais ou menos como é - o impasse circunscreve-se aos diplomatas afectados, não se negando eventual razão destes ou de alguns dos que impugnaram o processo ou procedimento de preenchimento de vagas.

O jornal foi ouvir o presidente da ASDP, e bem, independentemente da representatividade numérica que esta ASDP tenha ou da sua forma de estar - é a única associação de diplomatas para defesa dos seus interesses profissionais.

O caso é que, a propósito da interposição das providências cautelares, esse dirigente, segundo o jornal, afirmou não conhecer «os casos em concreto». Portanto, a ASDP não conhece, o que significa que os diplomatas que se opõem aos resultados do concurso o fizeram à margem da ASDP e sem dar conhecimento a esta.

Além disso, o presidente da ASDP afirma que «há falta de rigor» e de «transparência» nas transferências de posto e nas promoções de diplomatas.

O presidente da ASDP não é um diplomata qualquer, nem representa uma mera tertúlia de opinião - dirige a ASDP, é desde 2004, embaixador full rank, e desempenhou funções de nível alto no MNE - na qualidade de director-geral dos Assuntos Comunitários (Martins da Cruz/Teresa Gouveia) pertenceu ao Conselho Diplomático do MNE como membro nato, conselho que é importante e deciso em larga parte da matéria.

Se ele afirma que «há falta de rigor» e de «transparência» que também ele define como problema grave do MNE, sendo isso deveras grave, será bom que especifique e concretize se se refere ao Conselho Diplomático ou ao júri do concurso, porque é a honorabilidade do Conselho e do júri que são postos em causa, e, já agora, conheça os casos. Aliás, o secretário-geral do MNE, como presidente do Conselho Diplomático também terá alguma palavra a dizer.

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