05 maio 2008

Vaticano. Há 33 novos alabardeiros

De Frei Bermudas, legado de NV no Vaticano

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    «Os vossos uniformes históricos falam!», disse hoje o papa aos 33 novos recrutas da Guarda Suíça, a força que desde há cinco séculos (desde 1506, concretamente) mantém a ordem na Santa Sé, muito embora hoje não tenham que disparar um tiro – bastará ter fé, que os guardas nos perdoem.

    E amanhã, lá a nossa embaixada junto da Santa Sé vai ter trabalho. Os 33 guardas (20 suíços da fala alemã, 11 do francês, 1 do italiano e 1 do romanche) prestarão juramento como alarbardeiros, na presença dos membros do corpo diplomático – esperamos ver lá o embaixador Rocha Páris - e de prelados da cúria romana.

    Os notadores deverão saber, mas justifica-se lembrar que para ser candidato à Guarda Suíça, é necessário ser cidadão helvético, católico e celibatário com menos de 30 anos (se o ministro Severiano Teixeira exigisse isto à tropa portuguesa, teria os dias contados), além disso o candidato deve ser titular de um diploma da escola de recrutas do exército suíço, e comprometer-se a um serviço mínimo de 25 anos.

    Aliás o papa, com oportuno sentido de observação e de esperança para as alternativas deste percurso militar, recordou hoje aos alabardeiros que os antecessores dos novos recrutas «puderam descobrir durante a experiência no Vaticano uma vocação ou para o casamento cristão, ou para o sacerdócio ou para a vida consagrada».

      Finalmente reporte-se, para NV, que o dia 6 de Maio é escolhido para o juramento dos alabardeiros do Vaticano, em memória dos 147 guardas suíços que morreram em defesa da vida e segurança do papa Clemente VII, durante o sangrento assalto das tropas de Carlos V contra Roma. Como se sabe, Carlos V é hoje título de celebrado prémio político da Extremadura espanhola para galardoar personalidades pela construção da Europa, pelo que não é de admitir que alguma vez tal prémio possa ser dado ao conjunto dos alabardeiros, nem que o já premiado Jorge Sampaio interceda em nome do diálogo das civilizações, ou aliança que seja. Alabardeiro que se preze, nunda esquece o 6 de Maio.

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