12 junho 2008

Parabéns

A vaidade do estado que aceita, engole um garfo. Mas cuidado! Na diplomacia do estado que envia, a vaidade engole também faca e colher, ficando sem talher.
- Manuel LXXXVII Paleólogo©

      • Mário Miranda Duarte, conselheiro de embaixada, nos serviços das Instituições Comunitárias e Relações Bilaterais
      • Nuno Vaultier Mathias, secretário de embaixada, em Maputo
      • Carolina Barata Cordeiro, secretária de embaixada, no gabinete do MENE

    OLHA QUEM FOI MINISTRO Três períodos conturbados da vida política portuguesa, qual deles mais conturbado será difícil avaliar.

    1. - 1822 Silvestre Pinheiro Ferreira, personagem curiosíssima, acompanhara a família real para o Brasil onde viveu de 1810 a 1821, esteve onze meses nos Negócios Estrangeiros há 186 anos. Tinha sido nomeado, em 1820, Ministro Plenipotenciário em Washington, mas não chegou a exercer o cargo devido à Revolução Liberal e à opção de D. João VI em regressar ao país para jurar a nova Constituição (1822). Nos Negócios Estrangeiros, Silvestre Pinheiro Ferreira foi confrontado com a necessidade de obtenção do reconhecimento internacional para o novo regime português e integrou a Comissão Luso-Britânica incumbida de resolver as questões relativas à escravatura. A partir de 1825 foi embaixador em Londres. Silvestre Pinheiro Ferreira formou-se em Filosofia nos Oratorianos onde ingressara em 1784 mas que teve de abandonar por se opor a teorias de um confrade (padre Teodoro de Almeida) numa dissertação apresentada na Universidade de Coimbra. Para sobreviver, recorreu à actividade de professor particular, até ser nomeado (1792), por concurso, professor substituto da cadeira de Filosofia Racional e Moral do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. A sua forma moderna de ensinar suscitou o despeito de colegas que o terão denunciado (1797) à Inquisição como jacobino. Avisado a tempo e informado da devassa feita à sua casa de Coimbra e da apreensão de todos os seus livros e manuscritos, conseguiu fugir, primeiro para Londres (onde se encontrou com o Abade Correia da Serra), depois para a Holanda e mais tarde para França. Trabalhou então nas embaixadas portuguesas de Paris e Haia (1798-1802) e Berlim (1802-08), aproveitando também esse tempo para aprofundar os seus conhecimentos de Botânica, Geologia e Química.
    2. - 1827 Manuel António de Carvalho, barão de Chanceleiros. Seguidor da causa da Constituição, cursava direito em Coimbra quando se deu o primeiro levantamento contra a ocupação napoleónica, fazendo parte do Batalhão Académico. A sua passagem pelos Negócios Estrangerio foi efémera, pouco depois sendo nomeado ministro da Fazenda pela infanta-regente Isabel Maria.
    3. - 1916 Norton de Matos, substituindo interinamente Augusto Luís Vieira Soares, até final do breve governo de António José de Almeida, em 1917 (pouco mais de um ano, seguindo-se o governo de Afonso Costa). Norton de Matos acumulava com o ministério da Guerra e os dias desse Junho de há 91 anos, ficaram marcados pela elevação do limite da circulação fiduciária de 120 para 145 mil contos, e também por uma lei estabalecendo que as faculdades podiam reconhecer o grau de doutor aos professores com três anos de serviço... Outro facto marcante, Afonso Costa estava em Paris na Conferência Económica dos aliados (de 9 a 21 de Junho).

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