18 julho 2008

BRIEFING DA UMA ■ Tahoma

A letra Tahoma
vai resolver a situação
de mais chefes que índios


VIVA A FORMA, ABAIXO O CONTEÚDO Declaração prévia: «Meus senhores, minhas senhoras, tenho aqui ao meu lado o nosso especialista informático Cortez Palha que vos falará da letra Tahoma. Como sabem, o problema dos ofícios, notas e telegramas das Necessidades é apenas uma questão de forma, porque quanto ao conteúdo temos o ministro e os secretários de estado para aguentarem o que lhes chega. Perguntem, então.»

  1. (Senhor especialista Palha, Tahoma é assim mesmo importante para a política externa portuguesa?) - Bem, pá, é. Bem vistas as coisas, pá, os políticos externos estarão numa grande porque Tahoma, pá, é a fonte padrão do sistema operacional Windows, distribuída primeiramente na versão 95, pá. E então, pá, a Tahoma é uma fonte de grande importância por apresentar um número muito completo de caracteres unicode, e também, pá, é a mais compatível com as diferentes línguas. E então, nós, pá, aqui no MNE, temos que ir nessa, pá, o Tahoma é bué da fixe.

  2. (Ouvi dizer que a letra Verdana é muito semelhante à Tahoma. Como distinguir isso? Nuno Brito vai usar lupa?) - Não pá! Isso vê-se logo mal se se abre o Word, pá. Mas sim, pá, a Verdana é uma fonte irmã da Tahoma. E até porque foram criadas ambas as duas, ou seja uma e outra, as duas portanto, pelo mesmo tipógrafo, o Matthew Carter, com quem viajei num avião da TAP, sei lá, pá, há sete, oito anos. E se queres saber, pá, a Tahoma é também uma fonte sem serifa e humanista, pá, que palavra me saíu, pá, sim, humanista, ou seja, remete ligeiramente à caligrafia, que é do baril para os da política externa, estás a ver, pá. Mais, pá, como expliquei ao director, a Tahoma tem formato mais estreito que a Verdana, os espaços entre as letras são mais justos, e por causa disso, a Tahoma, pá, é muito usada em diversas interfaces e sites, sendo mesmo incluida no pacote de fontes padrão do sistema operacional Mac OS X v10.5, o Leopard em 2007.

    2. (Mas o que é isso tem a ver com a política externa portuguesa?) - Pá, isso não é do meu campo. O que interessa, pá, é uniformizar isto, dar um ar de regrado a isto, pá. O Salazar não impôs o HCESAR nos teclados e não andava tudo regrado? É mais ou menos assim pá, mas não me meto na política. Eu, pá, no estudo que fiz, deixei lá que a fonte Tahoma é de fácil leitura, já que foi desenhada a fim de ser lida mesmo nos menores tamanhos em monitores de computador. Disse também que a altura X da fonte é relativamente grande e os espaços dentro das letras, como nos buracos das letras "o" e "a", são largos, e que assim se consegue mais ênfase na diferenciação de letras parecidas, como E e F para agilizar a leitura. Se isto ajuda ou não os políticos externos, pá, olhem, por mim, tanto me faz que voltem ao HCESAR.


  3. (O especialista Cortez Palha nem se apercebeu que, quando disse estas últimas palavras, já ninguém estava na sala...)

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