A propósito do seu artigo no DN de hoje, e não tendo eu qualquer mandato para defender um projecto que é da responsabilidade do Secretário-Geral do MNE - cujo actual titular vai sair para o seu último posto, dentro de dias, e, naturalmente, não será, pessoalmente, o usufrutuário do alegado reforço de poderes que o diploma concederia ao lugar - gostava que soubesse que eu, tal como muitos dos mais antigos embaixadores, actualmente em exercício, fomos informalmente consultados sobre as bases dessa possível reforma e concordamos com as suas linhas essenciais. Esse texto, que naturalmente pode sempre ser melhorado, é o produto de um excelente e responsável trabalho que sei ter tido como louvável objectivo poder permitir que o MNE venha a ser dotado, futuramente, de uma gestão moderna e transparente - aquilo que actualmente ainda não tem e que, também é sabido, o actual poder político deseja conferir ao funcionamento da casa, no âmbito da reforma geral da Administração Pública em curso.
Quanto à questão dos subsídios para o ensino dos filhos dos diplomatas - assunto que pessoalmente não me toca - o modo como o tema é, ciclicamente, explorado pela comunicação social mais não é do uma caricatura demagógica, feita da cultura de despeito que sempre rodeia as leituras exteriores sobre a carreira diplomática. O anónimo e ácido comentário final de um ex-MNE fez-me recordar, nem sei bem porquê, um ponto que o projecto de estatuto, de facto, não prevê: "cunhas" para familiares de diplomatas entrarem na universidade pela "porta do cavalo".
Com cordiais cumprimentos
Francisco Seixas da Costa
Ao que sabemos, o jornal não publicou até agora este reparo.
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