27 outubro 2008

Cimeira/Brasil. Coragem política na ortografia

DESDE QUE AS VARIANTES NÃO AVARIEM Nesta cimeira com o Brasil, deve ficar decidido que todos os documentos oficiais em Portugal e no Brasil,já a partir de 2009, passem a ser redigidos segundo as regras do Acordo Ortográfico, ratificado pelos dois países. Claro que não é preciso discorrer muito para chegar à conclusão de que quer o Diário da República, no lado de cá, quer o Diário Oficial da União e Diários Oficiais dos estados brasileiros, vão ser os primeiros rostos do português que aí vem. E para começar os acordos que serão assinados nesta cimeira já estarão redigidos no novo português.

Reflexos directos da esperada decisão haverá nas Necessidades, designadamente para as versões de tratados, convenções, acordos e procolos, com rotinas a terem que ser revistas e responsabilidades melhor desenhadas - agora não se compreenderá que um tratado internacional seja assinado por Lisboa e Brasília em versões diferentes.

Jaime Gama foi pioneiro na matéria, mesmo sem acordo ortográfico: conseguiu que a Convenção do Mar fosse traduzida para uma versão oficial comum aos PLP e, como se notou, nenhuma letra foi ao fundo.

Se Sócrates trouxer da Baía, a firme garantia de que os brasileiros, desta vez, cumprem no mesmo fuso ortográfico de Portugal as responsabilidades assumidas em área tão melindrosa e sensível, tem a cimeira salva, ou não venha de São Salvador.

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