04 dezembro 2008

Agapito }

Nem se precisa dizer o nome de quem chega, basta ouvir-se aquele estrondo }

    - Meu caro! Ouça! Está a ouvir-me? Abri o site da REPER e lá estão todos, com cara de cartão único! Todos! Ouviu? Abra e veja, até os motoristas, cada um dos motoristas! Vá! Ponha o link nas suas vergonhosas Notas! Ponha!!!

    - Mas, oh senhor embaixador Agapito Barreto! Está contra os motoristas?

    - Nunca! Jamé! Até acho bem que ponham os motoristas que é para a polícia belga os reconhecerem nos embaraços, e até deviam colocar a carta de condução e eventualmente louvores da folha oficial, daqueles do género de que se louva o motorista tal por ter sempre virado exemplarmente para a direita quando havia um muro de betão à esquerda, ouviu? Mas, mais grave! Enquanto isso, alguns dos altos e permanentes técnicos aparecem com ar de cadastrados. Nem uma foto sabem tirar! Uma vergonha!

    - Então qual é o problema?

    - O problema é o do oito e do oitenta. Escute! Olhos nos olhos! Acha bem que não se saiba quem é ministro conselheiro ou mesmo embaixador na generalidade das missões, e muito menos os funcionários que atendem que nem nome têm, e aparecem-me aos olhos estes motoristas todos da REPER no calibre das fotografias dos pelouros? Isto é oitenta, oitenta, oitenta!
E lá foi Agapito, corredor fora, dedo da mão a fazer círculos no ar e a exceder o tempo médio das cerimónias protocolares em Portugal e no estrangeiro, repetindo aquele «Oitenta! Oitenta! Oitenta!... » Quanto ao link, nem precisaria de pedir: quando Agapito fala, o link vem por automatismo agarrado à palavra. É um dom.

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