A propósito do voto na UNESCO,
não se vê Amado nisto
embora alguns por ele, sim.
Não é um erro diplomático ou de política externa
é indício de mentalidade torta
- A QUESTÃO não é a de se aplaudir ou criticar Carrilho; a questão é a de se saber o que significa o voto de Portugal numa organização internacional, o que esse voto deve implicar em matéria de coerência diplomática e o que esse voto pode ou deve expressar quanto a valores na política externa.
O «negócio» de votos em que a diplomacia portuguesa parece estar comprometida aparentemente para obter apoios para um lugar no Conselho de Segurança, não dá lá fora uma imagem digna do estado português (coloca-o em pé de igualdade ao pior que se conhece na cena internacional – em Nova Iorque há votos a troco de relógios…), e, cá dentro, desonra o Palácio das Necessidades que não é propriamente uma organização de futebol para a qual a regra do obter a qualquer preço até parece ser prova de inteligência.
Ganhar um lugar no Conselho de Segurança, é um objectivo defensável e certo. Mas ganhar apoios para isso através de votos com a consciência a preço de saldo, é coisa de diplomacia mesquinha.
As Necessidades deviam justificar atitudes como estas que não traduzem de forma alguma o «voto de Portugal». Se traduzem explique-se então o que mudou ou se o calculismo rasteiro faz agora parte das instruções e acções diplomáticas.
Não se via Amado nisto. Alguns por ele, sim.
Carlos Albino
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