Antes que haja verdadeira perturbação, o MNE deve actuar com discrição - o que não significa remeter-se ao silêncio, desconhecendo-se se tal silêncio significará lassidão ou mesmo um cruzar de braços.
O governo empenhou-se na matéria, o acordo está ratificado, estão medidas anunciadas para curto e médio prazo, todavia no pressuposto de que o Brasil, que já adoptou o acordo, não recuaria. Até agora não recuou, mas há sinais de que, mais uma vez, o poderão fazer e, desta, sem escrúpulos, a avaliar por "pronunciamentos" no senado da parte de fundamentalistas do trema.
Naturalmente que, ao apelar-se ao MNE que fale ou diga algo, não se está a concordar com muito do que Vasco da Graça Moura escreve hoje no DN. Parte significativa dos que no Brasil estão contra o acordo, não só estão errados e enganam sobre como os portugueses reagem perante o novo quadro ortográfico, como também são militantes de um sentimento que fica muito mal nos dias que correm. Se há ou não garantias de que o estado brasileiro assume as suas responsabilidades, essa é a questão que compete ao MNE esclarecer e dar a esclarecer. Porque chapéus há muitos, e na diplomacia cultural (língua incluída) há muito chapéu pendurado.
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