23 novembro 2009

Gama faz bem em cortar o turismo político

Sobre a questão de Jaime Gama ter recusado viagens de dois deputados até Kampala (Uganda), a pretexto de uma reunião da União Interparlamentar sem ao menos com prévia justificação protocolar, tem razão. E quanto à decisão de moralizar as viagens dos deputados, José Luís Arnaut não tem qualquer razão por muito que lhe custe (essa das milhas para instituições de caridade, é mesmo de turista). A maior parte das participações de deputados nesse género de reuniões é de resultados escassos ou suscitam até mesmo a dúvida sobre se não estarão próximas do turismo político. Nisto, não deveriam estar em causa apenas deputados, mas também técnicos, altos e médios funcionários de diversos ministérios que por aí andam pelo mundo fora sem que se saiba a utilidade das suas viagens além de, em bastantes casos, fazerem uma espécie de missa de corpo presente - as histórias que se contam são muitas e muitos dos relatórios (quando são pedidos e elaborados) falam por si.

Naturalmente que há reuniões e reuniões internacionais e Jaime Gama fez bem em moralizar deslocações por dá cá aquela palha. A José Luís Arnaut só fica mal opor-se a isso.

Para se ter uma ideia, apenas pelo lado da União Interparlamentar, depois desta que decorre hoje e amanhã em Kampala, estão programadas mais sete reuniões até final do ano - em Genebra, sede da UIP (1 de Dezembro), Nairobi (de 7 a 9), Manama/Bahrein (9 e 10), Paris (10 e 11, Hanoi (10 e 12) e Copenhaga (16). Para 2010 estão programadas 40 reuniões só da União Interparlamentar ... O que é demais não presta.

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