16 novembro 2009

A propósito de agendas oficiais


Pela nossa modestíssima prática, estas observações (do excelente ao medíocre) quanto às agendas oficiais que nos interessam:

EXCELENTE - a agenda do Parlamento.
    Do presidente ao plenário, das comissões às delegações e das inciativas (preferimos esta palavra a essa coisa dos eventos que cheira a boda de aldeia), Jaime Gama e os seus colaboradores estão de parabéns. Fazem obra própria de serviço público que apenas não usa quem não quer ou não pode. Destes últimos temos pena que seja assim.
RAZOÁVEL - a agenda da Defesa.
  1. Remete o assunto para uma Sala de Imprensa, quando o assunto de uma agenda oficial não é apenas para imprensa ver - é público.
  2. Mas vai debitando actos, factos e acontecimentos para o calendário, por vezes com antecedência militar, marítima e anti-nuclear.
  3. Enfim, razoável.
BOA - a agenda da Presidência.
    Rigorosa, com o essencial, sem tiques de propaganda. É pena que os agendamentos sejam normalmente divulgados apenas na véspera. A agenda do previsível é importante, havendo matérias confirmadas com antecedência - é dispensável receber isso num café discreto da Avenida de Roma.
SOFRÍVEL - a agenda do Governo.
  1. O primeiro-ministro não tem uma agenda autónoma. É preciso pescar.
  2. A agenda concentracionária de ministérios e secretarias de estado é colocada no site oficial apenas na véspera e por vezes tarde e a más horas quando o país dorme ou se diverte com Futilidades, Futebol e Fátima, os três fff's da nossa sorte.
  3. Sofrível, ainda assim.
MEDÍOCRE - a das Necessidades.
  1. Primeiro, medíocre porque nem existe. Carneiro Jacinto, até ele, bem tentou, mas debalde ou de balde, como se queira.
  2. As notas distribuídas por correio electrónico (supeitamos que com censura de endereços de quem circunstancialmente alguém de lá pense que é do contra), são remetidas tardiamente, com redacção arrevezada chapa zero, além disso colocadas no site oficial como que naquele género do fazer jeito ao homem.
  3. De resto, anda-se ali da "Informação ao Cidadão" para a "Informação Política", o que denota que há por ali também gente que não sabe o que é o cidadão e certamente nem a política, muito menos a diplomática, para não se falar da consular e - santo deus! faltava - da protocolar.

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