DADOS LANÇADOS q Ministério e Ministro, debate.
Do Notador Helpless de Unprotected e Unfortunate, quadro técnico
Com a reforma da Administração pública Portugal deixou de ser periférico.
Durante séculos Portugal sofreu com a sua localização periférica, mas graças à revolucionária veia reformadora do governo PS a situação foi ultrapassada. Melhor ainda: inverteu-se.
Foi uma verdadeira jogada de génio: os serviços externos da Administração Pública, grosso modo as representações do MNE por esse mundo fora, passaram a ser designados de serviços PERIFÉRICOS externos. Um ovo de Colombo!
Não sei se estão a ver.
O mundo passou a ter Lisboa como centro (daí o tratado) e tudo o que é fora de Lisboa é periferia.
Os dormitórios da periferia (excepto Cascais e Sintra, claro, aí vive-se) e os funcionários que vão com prémios para a periferia (beirã ou transmontana), já eram periferia interna - a famosa paisagem.
Agora, coitados, temos os funcionários na periferia externa da periferia interna, que são todos aqueles que prestam serviço nos territórios satélites do eixo Terreiro do Paço - Necessidades. Até parece que voltámos ao glorioso período da expansão.
Claro que na Galiza ou na Andaluzia ainda se está, digamos, em casa: é como estar no Minho ou no Alentejo - não digo Algarve porque já é mouro, penso eu de que. Mas os outros, que deportação!
Primeiro os periféricos externos, depois os periféricos externos afastados, a seguir os periféricos externos distantes, mais além os periféricos externos longínquos, finalmente os periféricos externos no cú de judas (para não utilizar expressão ainda mais vernácula, como fazíamos na escola, ao aprender os superlativos e precisávamos de distinguir o relativo do absoluto).
E eis como, de uma assentada, supostas metrópoles sofisticadas, como Barcelona, Paris, Londres, Roma, Berlim, Praga, Moscovo, Toronto, Nova Iorque, Cidade do México, Rio, Buenos Aires, Cidade do Cabo, Cairo, Tóquio, Xangai, Seul, Singapura, Sydney, são transformadas em verdadeiros GOULAGS PERIFÉRICOS EXTERNOS.
E que ignomínia, tão longe da Universidade de Coimbra, meu Deus!
Há realmente muita pobre gente perdida por esse mundo fora, mas pelo menos a reforma das instituições está aviada.
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