14 maio 2010

Visita do papa. Televisões

Agora que tudo terminou e porque as televisões tiveram o seu grande momento ou a sua grande prova sobre se servem Deus ou o Diabo, há que deixar em letra de forma o seguinte:

A RTP prestou um péssimo serviço, de modo geral sem distanciamento mesmo quando a matéria estava entregue a jornalistas. Houve momentos em que aquilo que se ouvia parecia partir de candidatas a um sacerdócio negado ou de islâmicas convertidas à última hora. Aquilo não era fala jornalística, foram sermões, por sinal alguns dos sermões até mal amanhados ou de teologia sem sabugo e saída de bolsa gutural. Foi uma tristeza ouvir esta RTP até mesmo ao finalno Porto, com profissionais que ou não prepararam devidamente os seus textos, ou não os aprimoraram e aferiram pelo rigor, ou que se entregaram a uma excessiva autoconfiança na sua espontaneidade traída por estrelato efémero e circunstancial. O que ganharam jornalistas da RTP quase em permanente apelo à conversão dos pecadores, isentando-se amiúde das observações políticas e diplomáticas que se impunham? Além disso, para quê a RTP em jeito de balanço elogiar-se a si própria com a exibição de tantos e tantos metros de fio estendido, tantos microfones, a infinidade de câmaras, helicópteros, gente que jejuou, por aí fora, quando devia é agradecer e elogiar os contribuintes forçados a pagar tal estendal sem retorno de serviço público, o que as estações privadas acabaram por fazer melhor sem que a isso estivessem obrigadas por lei?

Sem comentários: