01 maio 2011

AGRÉMENT L Delito de memória...

L E contra isto, nem Prozac!


Teresa Ribeiro, hoje mesmo,
no excelente blogue Delito de Opinião,
dá conta de um mal que é geral (imprensa, rádio e televisão)

onde a memória deveria ser condição sine qua non
para a prática de atos profissionais, tratando-se de jornalismo,
terreno onde, pelos vistos, cada um tem
 a memória que lhe convéme, já agora,
se lhe permite.
Mas o grave não é quando a falta de memória se nota logo
 e o lapso, laxismo ou desconhecimento é prontamente corrigido
naquele canto que mais parece um crematório de desculpas.
O grave é quando não se nota
e nem cinzas deixa.
Pela relevância, reproduzimos com a devida vénia,
como se dizia nos velhos tempos... de saudosa memória:

Falta memória nos jornais portugueses

Há três dias o jornal Público noticiou a morte do historiador e ex-ministro da Educação Vitorino Magalhães Godinho publicando a toda a largura da capa a fotografia do seu irmão, José, ex-Provedor de Justiça, falecido há vários anos. Ninguém neste jornal, dito de referência, detectou a troca. Nem quem escreveu a notícia, nem o editor que a leu, nem os jornalistas que visaram a primeira página na hora do fecho. Todos distraídos? A hipótese não se coloca. O processo passa por mãos e olhos suficientes para se perceber que o que faltou a esta gente foi memória. Há cada vez menos nos nossos jornais. À medida que se foram afastando das redacções os jornalistas séniores, a memória começou a falhar. Num jornal é grave. Num sector tão ameaçado pelas novas tecnologias como a Imprensa é contribuir ainda mais para a sua precariedade. Pena os gestores continuarem sem perceber que não é a cortar no seu principal activo - o capital humano - que defendem o futuro do seu negócio. Pena não perceberem que neste sector só a qualidade terá possibilidade de sobreviver.

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