Seguiu para os postos um questionário da Inspeção Diplomática e Consular para "obtenção de um panorama geral da situação do Posto, destinando-se a informar o processo de planeamento das Inspeções no corrente ano", questionário esse abarcando seis áreas: património, segurança, representação, funcionamento, recursos humanos e controlo financeiro.
Mas é preciso um questionário? Para não se referir o que Instituto Camões, AICEP e assuntos consulares podem responder com um enter, então o Departamento Geral de Administração que é suposto administrar a Casa, não tem os dados? E se não tem e a própria Inspeção notou que o DGA anda a leste, o que seria uma lamentável inconveniência orgânica e flexível, não deveria ser o DGA a expedir os questionários?
Além disso, há perguntas deveras bizarras e que só se entendem numa secção de escuteiros: "Quantas casas de banho possui?", "Existe recanto para bengaleiro?", "Existe jardim?"...
5 comentários:
E eu acrescentaria à inspecção de escuteiros a de croquete e assentava-lhe que nem luva em vez de croquete a de pastel de nata.
Tudo isto é deveras estranho. Vamos lá ver: a IGDC está, actualmente, a exemplo dos outros Serviços e Departamentos do MNE, a viver uma situação difícil em termos orçamentais, sem dinheiro, ou muito pouco, para se “coçar” – ou seja, para inspeccionar o que quer que seja. Naturalmente, que havendo casos que o justifiquem a IGDC tem de proceder a uma inspecção. Agora este inquérito implica o quê? Que a IGDC vai a todos os Postos verificar das referidas condições que lhe serão transmitidas? Só irá aquelas que o justifiquem, tendo por base as respostas dadas ao inquérito? E, nesse caso, não se deslocando aos outros Postos, que referiram estar tudo em ordem, confia nas respostas dadas, a que título?
Em boa verdade, uma parte dessas perguntas deveria ter sido colocada, há muito mais tempo, pela DGA (património, recursos humanos e controlo financeiro), pelo GSG (representação, funcionamento) e pela Cifra/GSG (segurança). Uma vez obtidas as respostas por todos aqueles Serviços e devidamente apreciadas, então sim justificar-se-ia a palavra da IGDC. O anterior Inspector-Geral parasitou por ali (ter-se-á deslocado uma única vez e por razões insignificantes, até ao Uruguai), não agiu em determinadas circunstâncias, quando o deveria ter feito, em resumo, foi uma nulidade, enquanto Inspector.
O recentemente nomeado IGDC é um homem sério, competente e conhecedor do Direito. No entanto, não se percebe, este inquérito, nos termos em que nos é apresentado. Foi sua ideia, ou do SG? Ou do GMENE? Ou do DGA (ainda mais bizarro seria)?
Já agora, será interessante saber se o “saco azul” (é, no fundo, disso mesmo que se trata) da Embaixada de Portugal em Banguecoque - a tal conta alimentada pela verba paga pelo Hotel vizinho, anualmente e em progressão geométrica desde o início do “contrato” (ou “acordo” entre aquela Missão Diplomática e o Hotel), que existe desde 1982/3 – será igualmente objecto de investigação da parte daquela Inspecção. O Embaixador João Hall Themido, á época o SG do MNE foi quem primeiro recebeu a informação relativa ao “acordo” e daí para a frente todos os CM utilizaram, manusearam e geriram (e continuam a gerir) essa verba, a seu bel –prazer, sem prestar contas a Lisboa (MNE e Finanças), dando-lhe o destino que “ melhor se lhes afigura”. Uma situação inédita, estranha, pouco transparente e que não deveria ser consentida. O que nos levaria a ir mais além, como, por exemplo, apreciar a legalidade da construção e existência do hotel, em terreno concedido pela Coroa tailandesa a Portugal, nos termos anteriormente (noutro Post) expostos.
Uma última pergunta: porque não esta IGDC começar por si própria, sobre o passado recente da Inspecção e do seu antigo responsável?
O que eu não percebo é o que os escuteiros têm a ver com isto...
Lapso. Deveria ter-se acrescentado "sem ofensa para os escuteiros".
Sr. Carlos Albino, antes que a bizarria se prolongue por mais destaques, comento aqui na questão original.
Imagino que tal como em outro serviço, a IGDC não terá apenas dirigentes e adidos flexíveis e amovíveis, mas sim pessoal permanente e especializado que sabe o que faz.
Talvez não tenha reparado é na singularidade da IGDC depender em todos os meios de um serviço que deveria auditar. A informação será talvez o único instrumento próprio com que a IGDC poderá contar.
E talvez também não se tenha ainda apercebido da drenagem que os serviços externos têm vindo a sofrer em termos de pessoal, algum bastante competente, que ainda por lá havia. Se isso é motivo de preocupação? Sem dúvida, nem imagina quanto...
É que entretanto é possível que as tecnologias de informação ao serviço de dignidades acima de qualquer suspeita teimosamente se imponham para multiplicar exponencialmente tarefas avulsas e desintegradas, sem cuidarem de fornecer em troca algum resultado útil, mas muito pelo contrário, se empenharem em subtrair o que existia, ficando os serviços sem ovos para fazer as omeletas, de uma forma que deita por terra algum laivo de racionalidade que alguma mente humana pudesse imaginar.
E alguem se irá queixar? Ninguém, certamente.
E andará alguém preocupado na IGDC? Imagino que sim...
A continuação de bom trabalho e até um outro dia, quem sabe...
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