09 maio 2012

O que faz falta é a baronesa animar a malta...

Claro que no Dia da Europa, Catherine Ashton tinha que fazer um número à altura do seu papel de principal coordenadora da Política Externa e de Segurança Comum da UE.

Há muito que se conhece o seu trabalho de viagens de rescaldo depois de incêndios já mais ou menos apagados, ou de outras viagens de mistificada prevenção em que a simples presença do bombeiro sem mangueira só atiça mais o incêndio iminente, mas hoje, a baronesa Ashton de Upholland, como pouco ou nada de novo teria a dizer sobre a ação externa, resolveu animar a malta interna da UE que ela ainda não percebe que é uma manta de retalhos por obra da Alemanha que insiste, por graça da França que parece que deixou de ser, por distanciamento soberano do Reino Unido e desgraça dos demais, cada qual à procura do seu próprio comércio externo o mais forte possível vendam o que venderem e vendam a quem venderem.

Descobre a baronesa que 2013 será um ano "crucial" para a recuperação da Europa, não só em matéria económica mas também devido à adesão da Croácia, como se 2011 não tivesse sido tão ou mais crucial pelo que ocorreu e continua a ocorrer na Irlanda, Grécia, Portugal, Espanha e Itália e como se 2012 não esteja a ser inimaginavelmente crucial com as respostas internas da França num sentido, da Grécia noutro fora faz eixos e da Alemanha a avaliar os maus prenúncios para a chanceler do eixo franco-alemão – é de aguardar. E certamente também para animar a malta mas sobretudo para justificar o seu lugar tão inútil como sem benefícios para qualquer dos cidadãos a braços com os egoísmos nacionais mais fortes do que nunca, proclama hoje a baronesa que “os valores comuns que nos unem são mais importantes do que nunca".

Se a baronesa dissesse que os valores que nos unir – unir a Europa – são mais importantes do que os valores com que alguns estão a desunir – desunir a Europa – então, sim, palmas para a senhora. Mas isso obrigá-la-ia a dizer quem é que concretamente está a desunir. A baronesa não tem essa coragem, e, caso a tenha, não pode – está fora do âmbito das suas competências que mais não são do que umas viagens de rescaldo e outras de mistificada prevenção.

Para além de nunca se fazer ouvir, seria melhor estar calada e usar o tempo para ir à Damasco, a Teerão, ao Mali, a Cabinda ou à Guné-Bissau, com os seus habituais apelos a que toda a gente liga tanto como os do Sara ligam aos apelos de um clérigo islamita de Fez.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora aqui está uma mulher bonita...