19 junho 2012

Quatro parágrafos para Angola

Já não era sem tempo. Paulo Portas já lá foi, esteve em Paris e prepara-se para zarpar rumo à América do Sul, e eis que só agora, dia 19 mas com data de 15, surgem quatro parágrafos sobre as horitas em Angola. Ficamos a saber que o ministro acredita "profundamente" nas relações entre os dois países e, na primeira pessoa, "acredito em relações em que ambos ganham, em que, quer os interesses portugueses em Angola quer os interesses angolanos em Portugal, são defendidos, e a conversa com Eduardo dos Santos foi muito positiva". O Sr. Óbvio Manifesto a falar do Sr. Evidente Intuitivo.

Em segundo parágrafo, que a Guiné-Bissau e as relações económicas luso-angolanas preencheram o encontro com José Eduardo dos Santos e que Paulo Portas, assim mesmo, "fez saber que as relações entre os dois países são 'intensas e importantes' ", com essa de intensas e importantes entre aspas intensas dentro de aspas importantes.

Terceiro parágrafo para o plano multilateral, e então "Paulo Portas destacou a situação na Guiné-Bissau, no âmbito da próxima cimeira da CPLP", com Luanda a passar então "a presidência da organização para Maputo". Mais multilateral não pode haver...

Quarto parágrafo para mais uma novidade que não é nova colocada na boca de Paulo Portas - que "a CPLP foi muito clara na defesa dos princípios e muito nítida na condenação de um golpe de Estado, de qualquer golpe de Estado que altere a ordem constitucional estabelecida. Esses golpes de Estado atrasam o desenvolvimento e impedem a estabilidade", rematando-se com um "esclareceu o governante português". Estamos esclarecidos.

Ou Paulo Portas está cansado, ou o dão como cansado.

1 comentário:

jrd disse...

Claro que está cansado.
É que aquele andar marcial que o caracteriza (jeito que lhe ficou do tempo em que passava revista às tropas na pasta da defesa) vai deixando marcas.