25 abril 2013

3.070 palavras

O discurso do Presidente da República a propósito do 25 de Abril, divide-se em duas partes: a primeira, com 123 palavras; a segunda, com 2.947 palavras. A palavra liberdade foi pronunciada apenas uma única vez, na primeira parte, em que o Presidente, neste 39.º aniversário da Revolução, nos adverte que "em 2014, iremos comemorar o quadragésimo aniversário", e que "dentro de dias completam-se dois anos sobre a data em que o Governo português, perante a iminência de colapso do financiamento do Estado e da economia, se viu na contingência de reconhecer o inadiável" - o que não é propriamente uma celebração festiva e muito menos uma "contingência" *, a não ser que o dicionário de Belém dê à palavra um significado com o qual se ganhe pelo menos um cêntimo. Em todo o caso, Cavaco Silva poupou-se ao esforço de nos advertir que em 2015 será o 41.º, e em 2017 o 43.º depois do 42.º. Mas tudo bem, em 123 palavras não cabe muito esforço. Já quanto às restantes 2.947 palavras incluindo o "Muito obrigado" final, não é difícil atingir que esse um discurso seria mais adequado e até mais coerente, se tivesse sido pronunciado no Conselho Nacional do PSD. Aí, sim. Seria um bom e respeitável discurso.
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* Claro que por contingência entende-se  aquilo que é eventualidade ou o facto possível mas incerto e que não tem uma importância fundamental.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

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