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Como que a desculpabilizar não se sabe quem, Cavaco, com a sua habitual discrição, diz que ao efeito recessivo das medidas de austeridade "somou-se uma conjuntura económica europeia mais adversa do que era esperado, designadamente em Espanha, o nosso principal parceiro comercial".

Mas qual foi o diplomata "minimamente económico" que de Madrid, Roma, Paris, etc., há três anos não andou a informar exatamente a ocorrência de tal adversidade? Qual o empresário português que, não tendo mudado para a Holanda nem andado por cá a estoirar com o pequeno comércio, há dois três anos não previa isso? Qual o analista ou observador que, falando ou escrevendo isento de interesses em recrutamento como assessor, adjunto ou secretário de Estado da "fortíssima diplomacia económica", não apresentou o cenário da adversidade como mais que provável e esperado nos principais parceiros?