19 abril 2013

O que é que o Canadá tem a menos que o Vaticano?

Moreira da Cunha entrega credenciais ao governador Johnston  (Canadá). Não é com o papa mas é tão notícia como se fosse com o papa 
O DN (impresso) dá hoje conta da apresentação de credenciais do novo embaixador português no Vaticano, António Almeida Ribeiro (dia 18). Fez bem, vem na linha de uma perdida tradição do jornal, mas não devia ser um ato de exceção jornalístiaca, ainda que se trate do papa a justificar fotografia. António Almeida Ribeiro não é o único embaixador de Portugal no mundo, o papa não é o único chefe de Estado que recebe cartas de Lisboa, há mais mundo, há mais diplomacia, mais sinais há de como o Estado paga para ser representado. O registo de entrega de credenciais é normal em qualquer diário de referência da Europa e as omissões que em Portugal são já rotina são faceta do provincianismo e da periferia assumida por cultura. Não é que se dê maia página para cada embaixador que inicie representação diplomática em qualquer capital, mas uma breve, uma síntese será suficiente. Assim, por exemplo, num país onde vive e trabalha uma apreciável comunidade portuguesa e descendentes, o Canadá, o Embaixador Moreira da Cunha apresentou no mesmíssimo dia 18, as cartas credenciais ao Governador Geral do Canadá, David Johnston que nesse país é quem as recebe. O que custava dividir a notícia pelos dois embaixadores mesmo que não fosse colocada a foto do governador Johnston para não reduzir a do papa Francisco? Não custaria nada e aliviaria o estilo provinciano livre que labora nos jornais portugueses.

5 comentários:

Anónimo disse...

Meu Caro, a nossa representacao na Santa Se é mt especial...Uma das mais desejadas!

Notas Verbais disse...

Pois, caro anónimo, respeitamos quem morre de desejos por ir para o Vaticano, mas também há quem morreria de tédio vivendo num museu e tentando obter confissões de três ou quatro cardeias...

Anónimo disse...

Sem dúvida que em termo de país, a embaixada no Canadá é mais importante que a do Vaticano.

Anónimo disse...

Os meus desejos de bom desempenho para o embaixador Moreira da Cunha. E as Notas observam bem.

Anónimo disse...

Excelente reparo do NV. Mas por entre jornalistas ligados ao poder político e aos diplomatas, sabendo que Santa Sé é um bombom almejado por muitos, tem o seu interesse de alcova.
Moreira da Cunha, um razoável diplomata, teve sorte no último posto, não tocando nas teclas pretas do delicado piano argelino. O posto no Canadá assenta-lhe bem: mais croquete, menos empresas, mais questões consulares.