22 maio 2013

Comparações

Perguntam, responde-se: em todas as profissões hierarquizadas, sobretudo naquelas em que se verificam sobreposições entre hierarquia administrativa e hierarquia funcional, uma promoção ou nomeação que não atenda ao mérito integral (ciência e arte...) pode partir as pernas ao mérito. Assim é na carreira diplomática e assim é na carreira jornalística. No jornalismo, por exemplo, têm-se perdido grandes repórteres para se ganhar maus, péssimos diretores. Um grande repórter com muita arte de repórter e ciência adequada, mas sem a arte com tempo e ciência com esforço que se exige no perfil de diretor, estraga-se quando fica inebriado pela oportunidade de comando e pela suposição de que a influência que é algo inerente ao cargo. Estraga o cargo, estraga a carreira e dificilmente voltará a ser grande repórter. Mutatis mutandis, com o diplomata acontece o mesmo. O jornalismo português é um cemitério destes inebriados, alguns, lamentávelmente, jovens. Quanto à carreira diplomática, os diplomatas que olhem à sua volta e concluam.

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