14 junho 2013

Levou oito anos e meio

Mais um exemplo de como o Estado trabalha. Portugal e a China assinaram, em 12 de janeiro de 2005, em Pequim, um Acordo sobre o Reconhecimento de Graus Académicos e de Períodos de Estudos de Ensino Superior, tendo em vista o fortalecimento do intercâmbio de estudantes e profissionais dos dois países, baseado na igualdade de direitos e benefícios mútuos. O texto do acordo não complicado, tem apenas nove artigos. Principal interessado nesta permuta, é sem dúvida Portugal. Pois o acordo só nesta data de hoje, 13 de junho de 2013, subiu à folha oficial. Oito anos e meio para o acordo vir à luz do dia, é obra.

4 comentários:

Jorge da Paz Rodrigues disse...

Ora, desde 2005 até agora... vão 8 anos e picos e salvo erro três MNNs e ainda dizem mal do atual.

Bom, é caso para dizer que mais vale tarde que nunca!

Anónimo disse...

O MNE representa a ineficácia da função pública em todo o seu esplendor: não se encontra exemplo mais ilustrativo em toda máquina do estado português, de como regras vetustas tenham enraízado tão cancerosa e incuravelmente numa instituição estatal.
Todos os vícios apontados à função pública pululam viçosos e densos nas Necessidades.
Não se aplica o menor critério de perfil na distribuição dos funcionários nos serviços internos ou na colocação nos postos do exterior. Dispoem-se os amigos e/ ou clientes nos lugares mais cobiçados, fazendo constar com muita graça e pouca veracidade "serem as pessoas chaves" , um "farol jurídico " para um consulado muito problemático, o "homem mais culto e eficiente do MNE" (ainda que não tenha publicado um só livro ou levado a termo uma só missão externa), um "novo Bill Gates", mesmo que não saiba abrir o próprio PC... Esquecem-se que a aldeola das Necessidades é demasiado pequena para se inventar mitos de imediato verificáveis, logo desmentíveis.
Foram necessários seis anos e seis meses para assinar um acordo cultural com a China - não obstante a importância e a remotidade das nossas relações bilaterais - o que pareceu surpreender o nosso gentil anfitrião, CA.
Posso garantir que longe de representar alguma má vontade contra o Império do Meio, tratam-se dos trâmites habituais do MNE. O jogo favorito do Palácio cor-de-rosa é o "chutar ofícios para outra repartiçâo" uma súbtil estratégia para se viver repousado e como não trabalhar continua o melhor método par não se cometer erros, investem a fundo nas respectivas carreiras. Ora o tão apreciado "chutar ofícios para outra repartiçâo" faz com que os papéis valsassem do Instituto Camões para as várias direcções das Necessidades, serviços de política externa, gabinetes internos, gabinetes políticos, pedidos de pareceres para as embaixadas, e, como cada um desses serviços seguiu à letra a regra de "chutar ofícios para outra repartiçâo" ao fim de quase sete anos, provavelmente graças a um "outsider " que desconhecia a regra do jogo supracitado, assinou-se o acordo cultural com Pequim.

Tais factos longe de serem risíveis, punem os contribuintes que com sacrifício sustentam este ministério, e, presume-se o tipo de imagem de Portugal que tais funcionários possam incutir no estrangeiro, quando se carece das melhores cabeças para negociar a dívida e reestruturar os serviços de apoio à emigração em franco recrudescimento devido à crise.

Notas Verbais disse...

Tem razão, meu caro Jorge da Paz Rodrigues - são oito anos. Emendado vai estar. Obrigado pelo reparo.

Anónimo disse...

É mesmo autêntica, essa história de levarem oito anos e meio a assinar um acordo entre Portugal e a China para o reconhecimento de graus académicos e outros pontos do ensino superior? E tratar-se-ia de uma prática habitual do ministério dos negócios estrangeiros? Pois em caso afirmativo, o atual governo, por uma vez, não é responsável por essa situação surrealista. Porque em 12 de Janeiro de 2005, tínhamos um governo PSD, com Santana Lopes como primeiro ministro, de 12 de Março 2005 a 21 de Junho de 2011 estivemos sob um governo PS, chefiado por José Sócrates, e só desde então, vivemos sob um governo de coligação PSD-PP.
Então, a menos de querer sustentar um organismo parasita, o próximo governo terá de criar um novo ministério.